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      Prefeitura de SP é acusada de censura por barrar show com mensagem pró-Palestina

      Núcleo Palestina do PT cobra retratação da gestão Nunes e defende liberdade de expressão em eventos culturais públicos

      Membros da banda Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo (Foto: Helena Ramos/Divulgação )

      247 - O Núcleo Palestina do Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nota pública acusando a Prefeitura de São Paulo de censura e violação dos princípios democráticos ao interromper parcialmente uma apresentação da banda Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo durante a Semana do Rock, evento promovido pela gestão municipal na Praça do Patriarca. 

      A denúncia foi publicada pela coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, nesta terça-feira  (15).Segundo o Núcleo Palestina, a intervenção ocorreu no momento em que o grupo exibia, em um telão, a mensagem “Palestina Livre” acompanhada da bandeira palestina. “A interrupção do show, o corte do telão que exibia a bandeira da Palestina com a mensagem ‘Palestina Livre’, o desligamento do microfone da vocalista e a redução arbitrária do repertório são atos que não apenas violam os princípios democráticos, mas também desrespeitam a arte e os artistas, a opinião e o respeito a mais de 6 milhões de árabes que vivem em São Paulo”, diz o comunicado.

      A Secretaria Municipal de Cultura, comandada por Totó Parente (MDB), rebateu as acusações. Em nota oficial, afirmou que o show não foi interrompido, mas que o som e as imagens foram reduzidos ou desligados porque, segundo a pasta, as manifestações feitas durante a apresentação “feriram cláusulas contratuais” e teriam incluído “ofensas contra terceiros”.

      No entanto, a banda contesta a versão oficial e afirma que o contrato não contém qualquer proibição explícita a manifestações políticas durante as apresentações. 

      “Diante do genocídio que o povo palestino enfrenta, a manifestação de solidariedade da banda é um ato de humanidade e um exercício legítimo da liberdade de expressão”, afirmou o Núcleo Palestina do PT. O grupo também criticou a justificativa da gestão Nunes como “vaga, genérica e inconsistente”, destacando a ausência de cláusulas contratuais que vetem manifestações políticas.

      O protesto da banda se deu no contexto da crescente mobilização global em apoio ao povo palestino diante da escalada de violência na Faixa de Gaza, marcada por mortes de civis e denúncias de violações de direitos humanos por parte do governo de Israel, com apoio do presidente dos EUA, Donald Trump.

      Na nota, o Núcleo afirma ainda que “apoiar a Palestina não é crime, mas um direito fundamental em qualquer democracia”. E acrescenta: “A censura é um instrumento de regimes antidemocráticos e não pode ser tolerada em uma cidade que se diz plural e livre”.

      Por fim, o grupo petista exige que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o secretário de Cultura façam uma retratação pública e se comprometam com a garantia da liberdade de expressão nos eventos organizados ou patrocinados pela administração municipal.

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