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Negacionismo não vai impedir presenças de EUA e Argentina na COP30, diz Marina

A ministra citou a presença de autoridades dos países no evento, realizado em Belém

Marina Silva (Foto: Fernando Donasci/MMA)

247 - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assegurou que a presença de países como os Estados Unidos e a Argentina na COP30, marcada para novembro em Belém, não será comprometida pelas posturas negacionistas de seus governos. As informações são da Folha de S. Paulo.

De acordo a ministra, embora liderados por figuras como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o novo presidente argentino, Javier Milei, que adotam posições contrárias ao combate à mudança climática, esses países ainda serão representados no evento, por meio de governos subnacionais, prefeituras e a sociedade civil.

A ministra ressaltou, em entrevista, que “não significa um apagão da presença desses países na COP30”. Ela citou como exemplo o recente acordo firmado entre o Brasil e o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, para a transição energética, mesmo diante das políticas antiambientais implementadas por Trump em nível federal. 

Da mesma forma, a prefeitura de Buenos Aires estará presente, independentemente das ações do governo de Milei, que, segundo Silva, também adota uma postura contrária às questões climáticas. A ministra reconheceu que tais lideranças dificultam as negociações, mas afirmou que o foco da COP30 é garantir que todos os países, especialmente os maiores emissores de carbono, participem do debate global sobre o futuro do clima.

Com a COP30 se aproximando, Silva enfatizou a importância da transição energética e do compromisso com as energias renováveis, apontando que 75% das emissões globais são originadas da queima de combustíveis fósseis, como carvão, gás natural e petróleo. A ministra também mencionou que, apesar dos obstáculos impostos pelos governos de Trump e Milei, o Brasil tem mostrado que é possível reduzir o impacto climático sem comprometer o crescimento econômico. 

Ela destacou que, com a implementação de políticas ambientais eficazes, o Brasil conseguiu não apenas reduzir o desmatamento na Amazônia, mas também impulsionar setores como o agronegócio, que cresceu 15%, e a renda per capita, que aumentou 11%.

Em relação às metas de emissões de gases de efeito estufa, conhecidas como NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, reforçou que, após a retirada dos EUA do Acordo de Paris anunciada por Trump, o impacto nos demais países tem sido limitado, com nenhum outro país seguindo a mesma decisão. A poucos dias do início da cúpula, 162 delegações já confirmaram presença, e o evento será uma oportunidade crucial para discutir o futuro das políticas climáticas globais.

Além disso, o embaixador de Clima do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio, mencionou que a apresentação de NDCs ainda é insatisfatória, com apenas 56 países tendo entregue suas metas no prazo estabelecido. Lyrio também alertou para o desafio de obter os recursos necessários para o financiamento climático global, estimados em US$ 1,3 trilhão, e destacou que, historicamente, os países ricos não cumpriram suas promessas de financiamento.

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