247 - A Amazônia brasileira está prestes a abrigar a maior trilha de longa distância da América Latina, com cerca de 460 quilômetros de extensão atravessando o estado do Pará. A Trilha Amazônia Atlântica, que está em fase final de estruturação e sinalização, será oficialmente lançada durante a COP30, em Belém, como uma das ações do governo federal para integrar conservação ambiental, turismo sustentável e desenvolvimento econômico. A informação é da assessoria da COP30.
Antes conhecida apenas por aventureiros que percorriam pequenos trechos, a trilha agora poderá ser feita em toda a sua extensão, a pé ou de bicicleta. O percurso foi planejado para minimizar o impacto ambiental e garantir segurança aos visitantes, com mapas, sinalização padronizada e orientações fornecidas pelas comunidades locais. Moradores, empreendedores e pequenos prestadores de serviços foram capacitados para oferecer apoio e hospitalidade aos turistas.
A expectativa do MMA é que, no primeiro ano de funcionamento, a trilha receba cerca de 10 mil visitantes, atraindo tanto brasileiros quanto estrangeiros interessados em experiências de imersão na natureza amazônica.
Segundo o diretor do Departamento de Áreas Protegidas do MMA, Pedro Cunha e Menezes, a trilha representa uma oportunidade para o Brasil disputar espaço com países vizinhos, que já possuem circuitos semelhantes. “Turistas estrangeiros interessados em trilhas na Amazônia costumam buscar destinos como Peru, Equador e Colômbia. Nossa proposta é atrair parte desse público e, ao mesmo tempo, fortalecer o turismo nacional”, afirmou.
Menezes destacou ainda que o projeto tem papel estratégico na proteção da fauna e na conectividade entre unidades de conservação. “Essa política está fazendo com que a gente passe a ter corredores florestados entre as unidades de conservação, que são usados para o turismo e recreação, mas também pela fauna, permitindo a sua migração”, explicou.
O diretor ressaltou também o impacto social da iniciativa: “Uma trilha dessa é um equipamento importante para gerar orgulho e sentimento de pertencimento nas populações tradicionais do Salgado Paraense, além de criar novas alternativas de emprego e renda. A Trilha Amazônia Atlântica é turismo de base comunitária na veia, é a marca do governo Lula, é a marca da administração Marina Silva”.
A rota integra a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (RedeTrilhas), programa federal que busca aproximar a população urbana da natureza e fomentar o uso sustentável das áreas protegidas. O projeto também está alinhado à Convenção da Diversidade Biológica, da qual o Brasil é signatário, que estabelece três pilares: conservação da biodiversidade, uso sustentável dos recursos naturais e repartição justa dos benefícios gerados.
Sete unidades de conservação e seis territórios quilombolas
O trajeto da Trilha Amazônia Atlântica cruza sete unidades de conservação — entre elas o Parque Estadual do Utinga Camilo Vianna, o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia e as reservas extrativistas Caeté-Taperaçu e Tracuateua — e seis territórios quilombolas, incluindo Torres (Tracuateua), América (Bragança) e Santíssima Trindade (Santa Isabel do Pará).
O percurso liga 17 municípios paraenses, de Belém a Viseu, passando por localidades como Castanhal, Bragança, Peixe-Boi e Capanema, e revela uma Amazônia atlântica ainda pouco conhecida, marcada por florestas, manguezais, campinas e áreas de relevo diversificado.
Desenvolvimento comunitário e ecoturismo
Idealizada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (IDEFLOR-Bio), a iniciativa aproveitou caminhos já usados por ciclistas e contou com o envolvimento direto das comunidades locais. O diretor da trilha, Julio Cesar Meyer, destacou o papel dessas populações no sucesso do projeto. “Essas 13 áreas protegidas se tornaram atrativos relevantes. Dentro da lógica do ecoturismo, as pessoas percebem que podem aumentar a renda a partir da preservação ambiental, o que estimula tanto a conservação do que ainda existe quanto a recuperação do que já foi perdido”, afirmou.
Para facilitar a experiência dos visitantes, a plataforma digital eTrilhas criou o projeto Trilha Amazônia Atlântica, selecionado no Edital de Aceleração Sustentável da EmbraturLAB. Por meio do aplicativo, turistas poderão localizar prestadores de serviços cadastrados e contatá-los diretamente, enquanto empreendedores terão seus produtos divulgados via QR codes afixados em estabelecimentos parceiros.
Esforço conjunto e legado sustentável
A Trilha Amazônia Atlântica é resultado da parceria entre comunidades tradicionais, voluntários e órgãos públicos, envolvendo o MMA, o Ministério do Turismo, a Embratur, o ICMBio, o IDEFLOR-Bio e a Conservação Internacional (CI).
Mais do que um trajeto turístico, o projeto simboliza um novo modelo de desenvolvimento sustentável para o Pará, que une natureza, cultura e economia. Quando oficialmente inaugurada na COP30, a trilha deve se tornar um dos principais cartões-postais da Amazônia brasileira, reforçando o papel do país como referência em turismo ecológico e conservação ambiental.

Aquiles Lins

Percurso tem áreas de floresta, manguezal, campinas e pequenas montanhas e morros

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COP30

Trilha Amazônia Atlântica ligará 17 municípios do Pará e será a maior da América Latina

247 - Senadores aprovaram nesta terça-feira (7) uma proposta que transfere simbolicamente, por dez dias, a capital do Brasil de Brasília (DF) para Belém (PA).
A decisão vale para o período de realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), entre os dias 11 e 21 de novembro deste ano.
Durante os dez dias, atos e despachos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por ministros farão referência a Belém, e não a Brasília.
Para que a transferência simbólica saia do papel, o projeto terá de ser sancionado pelo presidente Lula.

Leonardo Lucena

Belém será a capital do país durante a COP30, decide Senado

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Fund – TFFF) poderá se tornar o grande legado da COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025. A proposta, segundo ele, representa uma virada de chave na forma como o mundo financia a preservação ambiental e desafia as nações ricas a assumirem um papel mais efetivo na proteção do planeta. As informações são do Ministério da Fazenda e foram dadas durante o programa “Bom dia, Ministro”, nesta terça-feira (7).
“Eu acredito sinceramente que essa iniciativa pode ser um grande legado desta COP. Agora, depende, como tudo que diz respeito ao meio ambiente, da boa vontade do mundo rico. O papel da política é criar situações de constrangimento, em que a pessoa não possa fazer outra coisa a não ser fazer o certo”, declarou Haddad.
<h3>Um novo modelo de financiamento ambiental</h3>
O TFFF será a principal proposta que o Brasil levará à conferência e tem como objetivo criar um mecanismo financeiro inédito para remunerar países que mantêm suas florestas tropicais preservadas. “A principal proposta do Brasil para a COP30 é um mecanismo de financiamento de serviços ambientais. O que vem a ser isso? Criar um fundo de investimento que possa captar, pagando juros baixos, emprestar com determinado spread e usar esse diferencial de juros para remunerar os países”, explicou o ministro.
A meta inicial é levantar US$ 25 bilhões junto a governos, com potencial de ultrapassar US$ 100 bilhões com a participação do setor privado. Diferentemente de modelos baseados em doações, o fundo será estruturado em investimentos sustentáveis, que gerarão retorno financeiro e ambiental.
<h3>Benefício direto ao Sul Global</h3>
Para Haddad, o TFFF representa uma mudança de paradigma na economia verde global, especialmente para os países em desenvolvimento. “Se nós conseguimos constranger os países ricos a aportarem recursos que não são doações, são empréstimos para um fundo de investimento, nós vamos realizar um grande feito que vai beneficiar o Sul Global”, afirmou.
O ministro reforçou que a iniciativa brasileira une sustentabilidade e equidade, reconhecendo o papel fundamental das florestas tropicais na regulação climática mundial. “Vai permitir manter esses pulmões, garantindo um meio ambiente mais saudável para todo o planeta”, completou.
<h3>Ousadia e liderança do Brasil</h3>
Haddad destacou que o Brasil demonstrou dupla ousadia ao propor o fundo: primeiro, ao decidir sediar a COP no coração da Amazônia, e depois, ao anunciar o aporte de US$ 1 bilhão do próprio governo brasileiro, antes mesmo da entrada de países desenvolvidos.
“Foi uma grande ousadia colocar as pessoas do mundo inteiro para conhecer a realidade amazônica. A segunda ousadia foi no discurso da ONU ao dizer que o Brasil se compromete com R$ 1 bilhão de dólares para o fundo. Ou seja, países ricos não põem a mão no bolso e o Brasil diz: ‘eu vou entrar com um bilhão de dólares’”, afirmou.
O Brasil lidera os esforços pela criação do TFFF desde a COP28, realizada em Dubai, em 2023. Para aderir ao fundo, os países precisarão adotar sistemas de gestão financeira transparentes e destinar 20% dos recursos a povos indígenas e comunidades tradicionais.
<h3>Produtividade e crescimento econômico</h3>
Durante a entrevista, Haddad também tratou de temas econômicos internos, ressaltando a importância da agenda microeconômica para o aumento da produtividade. Como exemplo, citou o Crédito do Trabalhador, programa de crédito consignado para empregados do setor privado.
“Em seis meses, a gente colocou mais R$ 40 bilhões na operação com juros mais baixos e cadentes. A cada semana, o juro cai um pouquinho porque a concorrência bancária ficou mais efetiva”, explicou o ministro.
Ele acrescentou que uma série de projetos de lei prontos para votação foi encaminhada ao Congresso, envolvendo temas como infraestrutura bancária, Lei de Falências e Inteligência Artificial. “Tem uma dúzia de projetos ali que estão maduros para aprovar e que têm impacto micro e no ambiente de negócio. Muito importante para o Brasil continuar atraindo a atenção do mundo, dos investidores, gerando emprego e tudo mais”, disse.
<h3>Diálogo e responsabilidade fiscal</h3>
Haddad reafirmou o compromisso do governo em negociar com o Congresso Nacional para avançar nas medidas fiscais e elogiou a retomada da cooperação entre os poderes. “Numa democracia, você vai sentar na mesa, você vai negociar. Eu não me lembro de nenhuma proposta econômica do governo que saiu igual ao que entrou”, afirmou.
Ele ressaltou que o atual governo e o Legislativo têm trabalhado em sintonia, o que viabilizou a aprovação de reformas estruturantes. “O governo Lula, em parceria com o Congresso Nacional, fez a maior Reforma Tributária da nossa história, tanto do consumo e agora da renda. Isso tudo precisa ser valorizado”, disse o ministro.
<h3>Radiografia do transporte público</h3>
Por fim, Haddad comentou o estudo em andamento sobre o transporte público com tarifa zero, solicitado pelo presidente Lula. “Nós vamos perseverar nesse estudo para apresentar uma radiografia do setor e verificarmos quais são as possibilidades de melhorar isso, que tem um apelo social muito forte”, afirmou.
Com a criação do Fundo de Florestas Tropicais para Sempre, o ministro acredita que o Brasil consolidará seu protagonismo climático, oferecendo ao mundo um modelo em que sustentabilidade, investimento e justiça social caminham lado a lado — e desafiando as grandes economias a fazerem o mesmo.

Haddad aposta em fundo global de florestas como legado da COP30 e desafio ao mundo rico

247 - O Brasil chega à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, com uma proposta considerada histórica: a criação da Coalizão Aberta para Integração dos Mercados de Carbono. A iniciativa, liderada pelo Ministério da Fazenda, pretende unificar e harmonizar padrões de diferentes sistemas de comércio de créditos de carbono existentes no mundo, promovendo maior liquidez, previsibilidade e transparência nesse mercado. A ação faz parte do Novo Brasil — Plano de Transformação Ecológica, uma estratégia do governo federal que busca conciliar desenvolvimento econômico, inclusão social e preservação ambiental.
A Coalizão Aberta propõe uma adesão voluntária: apenas os países interessados farão parte do grupo, mas a estrutura permanecerá acessível para novas adesões a qualquer momento. O objetivo é estimular a cooperação internacional na precificação do carbono, elemento fundamental para atingir as metas do Acordo de Paris e conter o aquecimento global.
De acordo com Cristina Reis, subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, o propósito central é acelerar a descarbonização das economias. “A ideia é que, em conjunto, os países consigam reduzir suas emissões, de modo que o planeta esteja menos ameaçado pela crise climática e pelos efeitos adversos dos gases de efeito estufa”, afirmou.
Reis destaca que a proposta ultrapassa a dimensão ambiental e se insere também como uma solução econômica e social. “A coalizão vai trazer novas tecnologias e soluções de inovação para a descarbonização, além de possibilitar a troca de experiências entre os países participantes. Também vai estabelecer novos padrões produtivos, valorizando produtos com menor conteúdo de carbono. Esse conjunto poderá se tornar um diferencial de competitividade no comércio e nos investimentos e, na esteira dessas transformações, gerar mais empregos e reduzir as desigualdades”, disse.
A economista Catherine Wolfram, que integra o comitê de especialistas que assessora a Presidência da COP30, ressaltou o papel do Brasil como anfitrião da conferência e liderança em ações práticas voltadas à precificação global do carbono. “A precificação de carbono é uma ferramenta central para estimular a descarbonização. Ela ajuda empresas, consumidores, investidores – literalmente todos os atores envolvidos – a tomar decisões que reflitam o custo das emissões e recompensa as escolhas de menor intensidade de carbono daqueles que as fazem”, destacou Wolfram, doutora em Economia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology).
A economista acrescentou que há um relatório em andamento mostrando como a cooperação internacional na precificação do carbono pode “aumentar as ambições climáticas, reduzir tensões comerciais geradas por políticas unilaterais e proteger as economias domésticas, além de criar incentivos para que países de baixa e média renda participem” desse processo global.
<h2>Redistribuição de renda e transição justa</h2>
A proposta brasileira também contempla a criação de mecanismos de redistribuição de renda entre os países participantes. A Coalizão reconhece que as emissões e as capacidades econômicas variam amplamente entre as nações. Para equilibrar essa realidade, parte das receitas obtidas com as cotas de descarbonização seria destinada a um sistema de “reciclagem de receita”, que promoveria uma transição justa, tanto entre países quanto dentro de cada sociedade. O objetivo é reduzir desigualdades, garantindo que os custos e benefícios da descarbonização sejam compartilhados de forma equitativa.
<h2>Marco regulatório brasileiro fortalece liderança</h2>
Atualmente, cerca de 80 países ou jurisdições possuem algum tipo de sistema de precificação direta de carbono, e pouco menos da metade dispõe de mercados regulados de comércio de emissões. O Brasil passou a integrar esse grupo com a aprovação da Lei nº 15.042, sancionada em dezembro de 2024, que instituiu o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE).
O novo marco regulatório estabelece bases legais para reduzir emissões e incentivar inovações tecnológicas de baixo carbono, oferecendo segurança jurídica e estímulo à participação do setor privado na agenda climática. A implementação do SBCE reforça o papel do país como ator-chave na integração global dos mercados de carbono, atuando como ponte entre economias desenvolvidas e emergentes.
Segundo Cristina Reis, essa experiência coloca o Brasil em posição estratégica na COP30. “A COP30 é a COP da implementação, e para que a ação aconteça é fundamental a participação do setor financeiro e, no caso dos governos, dos ministérios da Fazenda. No mercado regulado de carbono, a Coalizão Aberta cumpre esse papel ao impor aos grandes emissores – empresas e indústrias de energia, transporte e diversos setores – a obrigação de descarbonizar. Assim, o efeito adverso da produção, que é a poluição, passa a ser internalizado. Os grandes emissores terão de assumir sua responsabilidade e avançar na descarbonização”, concluiu.

A subsecretária Cristina Reis destaca que a Coalizão Aberta busca unir esforços globais para reduzir emissões e acelerar a descarbonização. 

Brasil propõe na COP30 a criação de coalizão global para integrar mercados de carbono

247 - A agricultura é parte fundamental das soluções para enfrentar as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, promover o bem-estar e a pacificação global. A avaliação é do Enviado Especial da COP30 com foco em agricultura, Roberto Rodrigues. O também ex-ministro da Agricultura (2003–2006) defendeu o protagonismo do agronegócio tropical, que alia tecnologia, pesquisa e manejo sustentável como ferramentas essenciais no combate à crise climática.
Rodrigues ressaltou que, embora a COP30, que ocorrerá em Belém (PA), seja uma conferência voltada ao clima e não especificamente à agricultura, o evento representa uma oportunidade histórica para o Brasil. “É uma honra enorme poder representar o setor em um evento dessa dimensão. Apesar de não ser uma COP da agricultura, trata-se de uma COP no Brasil, e o mundo inteiro estará atento ao que será apresentado. Temos uma chance única de mostrar o agro brasileiro tropical, sustentável e replicável em outros países de clima similar”, afirmou. Segundo ele, “minha missão será justamente essa: mostrar ao mundo a eficiência e a capacidade de replicação do agro brasileiro nos trópicos”.
O ex-ministro anunciou ainda que, em outubro, será lançada uma publicação sobre os últimos 50 anos do agronegócio nacional, reunindo dados históricos e indicadores de produtividade. “O documento mostra que a tecnologia e a ciência fizeram com que o Brasil desse um salto extraordinário de produção tropical sustentável. E entram todas as atividades produtivas, grãos, proteínas, a agroenergia também”, explicou Rodrigues.
De acordo com a Embrapa, a agricultura tropical se diferencia das zonas temperadas pela exposição constante ao sol e ao calor, que permitem múltiplos ciclos produtivos e alta produtividade. No entanto, os solos tropicais exigem técnicas específicas, já que são mais ácidos e pobres em nutrientes. Para Rodrigues, o êxito brasileiro se deve à ciência nacional, que desenvolveu sementes, práticas de manejo e correções de solo adequadas às condições tropicais. “A minha ambição é que essa COP no Brasil permita mostrar ao mundo que a agricultura tropical é sustentável de fato”, defendeu.
O Enviado Especial também defendeu a cooperação internacional e a democratização da tecnologia desenvolvida pelo país. “É fundamental haver pelo menos dois pontos de comportamento global. O primeiro é o financiamento, já que nem todos os países têm condições próprias para desenvolver uma tecnologia tropical. O segundo é a flexibilização das regras de comércio, para que o mundo tropical possa participar de forma justa do processo de produção”, destacou. Ele reforçou que a agricultura tropical tem papel estratégico diante do que chama de “quatro cavaleiros modernos do apocalipse”: segurança alimentar, transição energética, desigualdade social e mudanças do clima. “O mundo tropical é quem vai resolver essas questões e, com isso, garantir a paz universal”, afirmou.
O ex-ministro também destacou a importância da bioenergia na transição para uma economia de baixo carbono. “O etanol de cana-de-açúcar emite apenas 9% do CO₂ que a gasolina emite. O biodiesel de soja emite 19% do que o diesel de petróleo. E o Brasil tem hoje 10 milhões de hectares de florestas plantadas, que sequestram carbono”, informou. A transição energética brasileira ganhou novo impulso em 2024, com a sanção da Lei do Combustível do Futuro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A norma prevê incentivos à mobilidade sustentável, cria programas para biocombustíveis e captura de carbono, e deve atrair R$ 260 bilhões em investimentos. O governo estima que as medidas evitarão a emissão de 705 milhões de toneladas de CO₂ até 2037 — reforçando o compromisso nacional com o desenvolvimento econômico aliado à preservação ambiental.

Roberto Rodrigues destaca papel da agricultura tropical na busca por soluções climáticas e pela paz mundial

247 - Povos indígenas, comunidades tradicionais e camponesas da Amazônia estarão responsáveis por preparar refeições para chefes de Estado na COP30, que será realizada em Belém (PA). A conquista, articulada pelo Ponto de Cultura Alimentar Iacitatá, veio após meses de pressão contra regras consideradas discriminatórias. Em entrevista ao <a href="https://www.brasildefato.com.br/podcast/bem-viver/2025/10/02/indigena-e-parceira-do-mst-taina-marajoara-vai-cozinhar-para-chefes-de-estado-na-cop-30-vao-comer-nossa-comida-revolucionaria/">Brasil de Fato</a>, a fundadora do coletivo, Tainá Marajoara, destacou: “Entendemos isso como uma vitória de todos os povos do mundo, porque é uma conferência global que, pela primeira vez, terá uma cozinha feita por indígenas, culturas populares e camponesas”.
A princípio, o Iacitatá teria acesso apenas à green zone, espaço reservado a movimentos populares. O grupo, porém, reivindicou a blue zone, local em que circulam presidentes e delegações oficiais. “São essas pessoas que vão sentir o cheiro, o sabor e a revolução que a gente faz desde o chão da Amazônia. Esse espaço na COP tinha nos sido negado, mas fomos lá e conquistamos”, disse Marajoara.
O processo de seleção foi marcado por controvérsias. O edital de licitação chegou a proibir alimentos típicos como açaí, tucupi e maniçoba, além de restringir a participação a restaurantes formais. A resistência de indígenas, quilombolas e representantes da culinária popular levou à revisão de regras, permitindo que cooperativas, associações e coletivos tradicionais pudessem disputar vagas no fornecimento de alimentação do evento.
O cardápio amazônico será robusto: duas toneladas e meia de pescado artesanal, outras duas de mariscos e cerca de cinco toneladas de grãos, arroz, feijão, café, sal e açúcar fornecidos pelo MST. Para Tainá, cozinhar na COP vai além do serviço: “Nós somos uma cozinha sem genocídio, sem veneno, sem transgênico, sem agronegócio e sem conflito agrário. Esse é o nosso recado”.
O desafio agora é financeiro. O coletivo calcula que precisa de aproximadamente R$ 850 mil para montar a cozinha e adquirir alimentos, dos quais R$ 600 mil seriam destinados à agricultura familiar. “Trabalhamos com justiça social e equidade. Nossa logística é mais cara que a da indústria de alimentos, mas distribui renda e valoriza quem produz”, afirmou a ativista.
Para além da gastronomia, a participação do Iacitatá simboliza resistência cultural e política. “Nós somos Amazônia. Se não fossem povos indígenas, comunidades tradicionais e camponeses, a floresta não estaria mais de pé”, enfatizou Marajoara. A presença na COP30, portanto, marca não apenas a valorização da culinária amazônica, mas também um posicionamento contra o colonialismo e em defesa da vida nos territórios.

Tainá Marajoara é cozinheira, ativista e fundou o Ponto de Cultura Alimentar Iacitatá

Povos da Amazônia cozinharão para chefes de Estado na COP30 após disputa por espaço

247 - O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) foi anunciado neste sábado (4) como um dos finalistas do Prêmio Earthshot 2025, iniciativa criada pelo Príncipe William, em 2020, para reconhecer projetos de impacto ambiental de alcance global. A informação foi divulgada pela Agência Gov, destacando o protagonismo do Brasil na proposta, que busca criar o maior mecanismo financeiro da história para a proteção das florestas.
Apresentado como uma “inovação financeira sem precedentes”, o TFFF é liderado pelo governo brasileiro e será oficialmente lançado na COP 30, marcada para novembro de 2025, em Belém (PA). O fundo propõe um novo modelo de financiamento que atribui valor econômico às florestas em pé, com apoio de dez países do Sul e do Norte globais, além de representantes de povos indígenas e comunidades locais.
O mecanismo prevê a criação de um fundo global de US$ 125 bilhões — sendo US$ 25 bilhões em investimentos soberanos e US$ 100 bilhões em capital privado. Os recursos serão aplicados em ativos de renda fixa de longo prazo, com retorno destinado a países tropicais que comprovarem esforços contínuos de conservação. A expectativa é proteger mais de 1 bilhão de hectares de floresta em mais de 70 países, destinando pelo menos 20% dos pagamentos a povos indígenas e comunidades tradicionais.
Durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a primeira contribuição ao fundo: US$ 1 bilhão em investimentos brasileiros, condicionados à entrada de outros países. “O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o primeiro país a se comprometer com investimento no fundo. Convido todos os parceiros presentes a apresentarem contribuições igualmente ambiciosas para que o TFFF possa entrar em operação na COP 30, em novembro, na Amazônia”, afirmou Lula.
O presidente também destacou o caráter estratégico do projeto: “Em Belém, viveremos o momento da verdade para a nossa geração de líderes. As florestas tropicais são fundamentais para manter vivo o propósito de limitar o aquecimento global a 1,5°C. O TFFF não é caridade. É um investimento na humanidade e no planeta, contra a ameaça de devastação pelo caos climático”.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ressaltou o valor histórico da indicação ao prêmio e a dimensão inédita do mecanismo: “Ser finalista do Prêmio Earthshot, às vésperas da COP 30, é uma honra para os quatro ministérios envolvidos na iniciativa. É uma oportunidade inédita de finalmente garantir que manter as florestas tropicais seja mais valorizado do que destruí-las. Por meio do TFFF, podemos mudar o futuro da conservação e garantir financiamento de longo prazo para quem as protege”.
O Príncipe William, fundador do Earthshot, também elogiou o impacto dos projetos finalistas: “Ao chegarmos à metade da década Earthshot, estou verdadeiramente inspirado pelos finalistas deste ano, que incorporam o otimismo urgente que está no coração da nossa missão”.
De acordo com o CEO do prêmio, Hannah Jones, o fundo “oferece uma chance única em uma geração de virar o jogo — tornando as florestas vivas mais valiosas do que as mortas — e fornecer apoio crucial aos guardiões das florestas ao redor do mundo”.
Criado em diálogo com países florestais (Colômbia, Indonésia, Malásia, Gana e República Democrática do Congo) e apoiadores (Noruega, Alemanha, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos e França), além de organizações da sociedade civil e lideranças indígenas, o TFFF se diferencia de outros modelos de financiamento ambiental por não se basear em doações, mas em investimentos estruturados.
A seleção dos 15 finalistas do Prêmio Earthshot 2025 ocorreu entre quase 2.500 indicações de 72 países. Os vencedores serão escolhidos pelo Príncipe William e pelo Conselho do Prêmio, que inclui nomes como a Rainha Rania Al Abdullah, Cate Blanchett, José Andrés, Nemonte Nenquimo e Ngozi Okonjo-Iweala.

23.09.2025 - Sessão de abertura da "Reunião sobre o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF)" - Sede das Nações Unidas, Nova York - EUA

Brasil assume protagonismo climático com fundo TFFF finalista do Prêmio Earthshot

247 - O governo brasileiro lançou o novo Plano Nacional sobre Mudança do Clima, conhecido como Plano Clima, que funcionará como o guia da política climática do país até 2035. Segundo o Sebrae, o documento traz metas, ações e meios de implementação construídos com base na ciência e em amplo processo de consulta à sociedade civil, academia, setor privado, estados e municípios.
Enquanto o Plano Clima projeta a política climática para os próximos anos, a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), instituída pela Lei nº 12.187/2009, estabeleceu as bases do enfrentamento das mudanças climáticas no Brasil. A PNMC definiu metas voluntárias de redução de emissões de gases de efeito estufa e criou instrumentos para monitorar e implementar ações climáticas no país.
O novo plano busca atualizar e expandir os objetivos da PNMC, alinhando-os com compromissos internacionais, como o Acordo de Paris, e incorporando avanços científicos e tecnológicos recentes. Conforme o texto oficial, o governo pretende “promover um novo modelo de desenvolvimento para o país, fomentando o caminho para um futuro próspero, socialmente justo, sustentável e de baixo carbono para a sociedade, economia e ecossistemas brasileiros”.
Uma das principais inovações do Plano Clima é a participação social. Entre junho e setembro de 2024, cidadãos de todo o país enviaram sugestões por meio da plataforma Brasil Participativo, e oito plenárias presenciais foram realizadas em todos os biomas brasileiros para discutir ações climáticas com a sociedade.
O plano está estruturado em dois pilares: mitigação, que visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa em setores como energia, agricultura, indústria e florestas; e adaptação, voltado a reduzir os impactos das mudanças climáticas sobre sistemas naturais e humanos.
Entre os objetivos da PNMC, que continuam sendo atualizados pelo novo plano, estão a mitigação das emissões, o desenvolvimento de estratégias de adaptação, o fomento à pesquisa e inovação e a promoção de educação e conscientização climática. Cada eixo contou com ações específicas, desenvolvidas em parceria com diferentes setores e níveis de governo, para integrar políticas públicas relacionadas ao clima.

Entenda a diferença entre o Plano Clima e a Política Nacional sobre Mudança do Clima

247 - Em entrevista à TV Liberal do Pará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou os preparativos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em novembro em Belém. O chefe do Executivo ressaltou que os investimentos realizados vão transformar a cidade e garantir benefícios permanentes à população.
O presidente enfatizou que a conferência não será apenas um encontro climático, mas uma oportunidade para acelerar o desenvolvimento da capital paraense. “A COP é um pretexto para a gente fazer tudo o que Belém precisa que seja feito. Estamos fazendo um investimento de praticamente R$ 6 bilhões na cidade e, quando o evento terminar, as obras vão ficar. É o povo que vai tirar proveito”, afirmou.
<h2>Amazônia no centro das atenções</h2>
Lula justificou a escolha de Belém e do estado do Pará como sede da conferência ao lembrar que o mundo inteiro fala da Amazônia, mas poucos conhecem sua realidade. Segundo ele, sediar o encontro em um estado amazônico é uma forma de valorizar a região e promover um crescimento equilibrado no país. “Eu poderia simplesmente fazer em São Paulo, no Rio de Janeiro, que estão mais preparados com infraestrutura. Porém, se a gente não for ousado, se não tiver coragem, se não for destemido, a gente não faz o Brasil crescer de forma equânime”, destacou.
<h2>“COP da verdade” e o desafio global</h2>
O presidente classificou a COP30 como a “COP da Verdade” e defendeu decisões concretas sobre o futuro do planeta. “Vamos ter que decidir uma coisa importante: acreditamos ou não na ciência? O mundo está em crise ou não? Se o mundo aquecer acima de um grau e meio, nós vamos ter problemas. O mar vai crescer, muitos países vão desaparecer. Está nas nossas mãos a responsabilidade de salvar o planeta que moramos, a nossa casa”, alertou.
<h2>Convites internacionais e expectativa de participação global</h2>
Lula afirmou ter enviado convites a diversos líderes mundiais, incluindo o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping. Ele também convidou o Papa Francisco. “Quero que essa COP seja a COP que fale com o mundo. Se a gente não fizer as coisas adequadamente, a sociedade começa a perder a confiança”, disse.
<h2>Hospedagem e hospitalidade paraenses</h2>
Sobre a capacidade da cidade em receber milhares de visitantes, Lula garantiu que não haverá falta de acomodações. “Tem quarto para todo mundo. O povo do Pará está sendo extraordinário. Alguns estão saindo das suas casas e alugando-as para quem quiser vir. Não vai faltar quarto, não vai faltar cama, não vai faltar carinho, não vai faltar comida”, declarou. Além disso, o governo contratou dois navios que servirão de hospedagem, com cerca de cinco mil quartos.
<h2>Fundo de florestas tropicais e compromisso climático</h2>
Durante a entrevista, Lula também mencionou o lançamento do Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que será oficializado durante a COP30. A proposta busca captar investimentos sustentáveis para conservar não apenas a Amazônia, mas também florestas tropicais de países como Indonésia, Congo e vizinhos sul-americanos.
O presidente reafirmou ainda o compromisso do Brasil de alcançar desmatamento zero até 2030. Segundo ele, o pacto firmado com prefeitos da região amazônica vai incentivar administrações locais a reduzir queimadas e desmatamento. “Estou convencido de que até 2030 vamos ter desmatamento zero nesse país”, declarou.
<h2>Valorização do turismo e da cultura local</h2>
Lula incentivou brasileiros e estrangeiros a conhecerem a Amazônia e destacou a gastronomia paraense como um dos atrativos da região. “Acho que é a melhor do Brasil. Quero que norte-americanos, franceses, alemães, holandeses, ucranianos, venham para experimentar a culinária e conhecer o povo do Pará e a Amazônia”, afirmou.

Otávio Rosso

“A COP30 em Belém vai falar com o mundo”, diz Lula

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta quinta-feira (2) o Parque Linear da Nova Doca, em Belém, uma das obras que integram os investimentos do Governo do Brasil e da Itaipu Binacional na preparação para a 30ª Conferência Mundial do Clima (COP30), que será realizada na capital paraense de 10 a 21 de novembro. A informação foi divulgada originalmente pela assessoria do governo. Durante a cerimônia, Lula defendeu os investimentos e o legado do projeto para a cidade. Em referência a críticas sobre a escolha de Belém como sede da COP30, ele afirmou: “Com Belém não será diferente”, comparando o evento às Olimpíadas e à Copa do Mundo, que, apesar do ceticismo inicial, trouxeram benefícios internacionais ao País. O presidente também destacou os aportes da Itaipu, que somam cerca de R$ 1,3 bilhão na capital paraense: “A Itaipu é do povo brasileiro. O Pará também tem direito de receber investimento da Itaipu, como é o caso do Parque Linear da Nova Doca, uma obra que muito país rico não tem igual”. A inauguração contou com a presença de autoridades como o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri; o governador do Pará, Helder Barbalho; o prefeito de Belém, Igor Normando; o secretário da COP30, Walter Correia da Silva; o embaixador André Correia do Lago; ministros e dirigentes de bancos públicos. Enio Verri ressaltou: “A Itaipu é parceira do governo brasileiro não apenas para a organização da COP30, mas para mostrar ao mundo que somos referência na produção de energia limpa, barata, que respeita o ser humano e faz da energia um grande instrumento de desenvolvimento econômico e inclusão social”. A Nova Doca e os investimentos  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/2025100311100_5108897c14f7255a5625616ba4f147a98e0bda86bd55481356cb7094ae269a3e.jpg" data-media-id="editor_0" data-image-id="2025100311100_5108897c14f7255a5625616ba4f147a98e0bda86bd55481356cb7094ae269a3e" data-rendition-name="original" width="2048" height="1152" loading="lazy" alt="parque-linear-nova-doca"><figcaption>Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Cerimônia de Anúncios de Investimentos em Drenagem e Inauguração do Parque Linear da Nova Doca. Parque Linear da Doca – Belém (PA)(Photo: Ricardo Stuckert/PR)</figcaption></figure>  O parque linear de 1,2 km de extensão é fruto de um convênio entre Itaipu e Governo do Paraná, com investimento de R$ 312 milhões da Binacional, e envolveu mais de 3 mil trabalhadores. O espaço oferece ciclovia, quiosques, áreas de lazer e paisagismo ao longo do Canal da Doca, na Avenida Visconde de Souza Franco. Durante as obras, foi descoberta uma embarcação de metal do século XIX, de cerca de 20 metros, que agora está restaurada e exposta ao lado do parque. O projeto também teve preocupação ambiental, com o plantio de 180 árvores e a instalação de ilhotas flutuantes que auxiliam na decomposição da matéria orgânica e na limpeza das águas do canal. O saneamento da região foi reforçado com micro e macrodrenagem, evitando alagamentos antigos. O dentista e morador Décio Gomes Moreira comentou: “A Nova Doca trouxe para a gente uma possibilidade de lazer, principalmente para as crianças. Então, é muito gratificante ver a grandiosidade dessa obra e o benefício que vai trazer para a população.” Roteiro do presidente e legado das obras A visita de Lula às obras da COP30 incluiu a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Una e seguirá nesta sexta-feira (3) para o Canal da União, Museu das Amazônias, Centro Gastronômico e Parque de Bioeconomia e Inovação do Porto Futuro II. O diretor de Projetos da COP30, Olmo Borges Xavier, detalhou os investimentos de R$ 4,2 bilhões (somando Itaipu, BNDES e Orçamento Geral da União) e destacou a importância das obras de drenagem, que beneficiarão 500 mil moradores da cidade. Carlos Carboni, diretor de Coordenação da Itaipu, acrescentou que os aportes incluem construção de Vila Líderes, pavimentação, revitalização de mercados, capacitação de 2 mil professores em educação ambiental e apoio a cooperativas de catadores. “A Itaipu é a empresa com um dos menores custos de energia do país e, além de seu papel de garantir energia barata, tem o compromisso de investir em inovação, tecnologia e financiamento para ações que contribuam com o desenvolvimento sustentável. E a Amazônia, por meio dos rios voadores, tem uma contribuição fundamental para a geração hidrelétrica no Brasil, inclusive na Itaipu. Por isso, é estratégico para a empresa estar aqui em parceria com os governos do Brasil, do Pará e de Belém para a realização da COP30”, concluiu Carboni.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de entrega de obras retomadas do Ministério da Educação na Ilha de Marajó. Orla de Breves – Pará (PA)

Presidente Lula inaugura parque linear da Nova Doca em Belém

247 - O procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai receber em Belém (PA), no fim do mês, procuradores-gerais de 23 países em um encontro voltado ao combate a crimes ambientais. A reunião será realizada às vésperas da COP30, prevista para 2025, e busca alinhar estratégias conjuntas de fiscalização e responsabilização internacional.
De acordo com a <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/teo-cury/politica/cop30-combate-a-crime-ambiental-mobiliza-procuradores-gerais-de-23-paises/">CNN Brasil</a>, o Fórum de Procuradores-Gerais pretende articular medidas para enfraquecer organizações criminosas transnacionais que exploram recursos naturais de forma ilegal. O encontro também deve discutir o papel das comunidades tradicionais na proteção dos biomas e a necessidade de responsabilizar empresas e agentes econômicos envolvidos em práticas poluidoras.
<h2>Cooperação global contra crimes ambientais</h2>
Um dos principais pontos em debate será o uso de novas tecnologias que auxiliem investigações, permitam rastrear atividades ilícitas e fortaleçam a cooperação internacional. O objetivo é criar mecanismos mais eficazes contra práticas como o desmatamento ilegal, a mineração irregular e o tráfico de espécies.
<h2>A Carta de Belém</h2>
Ao término da reunião, os procuradores devem publicar a chamada “Carta de Belém”, documento que reunirá os compromissos firmados no encontro e servirá de guia para ações conjuntas de combate à destruição ambiental. A expectativa é que esse marco amplifique a pressão internacional por políticas públicas mais efetivas de preservação.
<h2>Continuidade dos debates internacionais</h2>
O Fórum de Procuradores-Gerais já vinha sendo discutido desde a COP28, realizada nos Emirados Árabes Unidos em 2023, e avançou no Azerbaijão durante a COP29 em 2024. Agora, em Belém, as tratativas ganham novo peso, com o Brasil assumindo papel central no cenário climático global.

Paulo Emilio

COP30 reúne procuradores de 23 países contra crimes ambientais

247 - Em entrevista concedida nesta sexta-feira (3) à TV Liberal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou que os investimentos realizados em Belém não se restringem à preparação da COP-30, marcada para 2025, mas fazem parte de um plano de infraestrutura voltado à melhoria da vida dos moradores.
Segundo Lula, a realização da conferência climática foi um estímulo para acelerar obras necessárias na capital, mas o foco principal é a população local. "A gente não pode falar que a gente veio inaugurar obra da COP. A COP é um pretexto para a gente fazer tudo que Belém precisa que seja feito. Estamos fazendo um investimento de praticamente R$ 6 bilhões em Belém. E quando o evento passar, as obras vão ficar. E é o povo que vai tirar proveito das coisas que foram feitas", afirmou.
<h2>Investimentos em saneamento e drenagem</h2>
Entre os projetos destacados pelo presidente, está a drenagem de 14 canais, medida que busca reduzir os históricos alagamentos da cidade. Lula ressaltou ainda a conclusão da maior obra de coleta e tratamento de esgoto do Pará, iniciada em 2008, que deverá beneficiar cerca de 350 mil pessoas.
"Estamos fazendo uma obra de coleta de esgoto que começou em 2008. Vamos inaugurar a maior obra de coleta de esgoto do estado do Pará. Isso não é obra para a COP. É para o povo de Belém, para o estado do Pará", declarou. O presidente explicou que a nova estação de tratamento impedirá que o esgoto continue sendo lançado diretamente nos rios da região. "Agora vai ser coletado, tratado e devolvido ao rio. A natureza e o ser humano."
<h2>Amazônia no centro das atenções</h2>
Lula também justificou a escolha da Amazônia como sede da conferência. Ele afirmou que o evento poderia ter sido realizado em cidades mais preparadas em infraestrutura, como São Paulo ou Rio de Janeiro, mas que a decisão política buscou dar visibilidade à região.
"Por que escolhemos a Amazônia? Porque todo mundo fala, mas ninguém conhece a Amazônia. Eu poderia fazer em São Paulo, no Rio de Janeiro, que estão mais preparados. Mas se a gente não tiver um pouco de coragem, a gente não faz o Brasil crescer de forma equânime", disse.
O presidente elogiou a mobilização dos paraenses para receber visitantes e destacou a hospitalidade local: "O povo do Pará está sendo extraordinário. As pessoas estão saindo das suas casas e alugando as casas para quem quiser vir aqui. Não vai faltar quarto, cama, comida… Eu quero que os gringos venham aqui."
<h2>Cultura, história e legado</h2>
Além da relevância ambiental, Lula ressaltou a importância cultural e histórica do Pará e de sua capital. Ele destacou a diversidade cultural, a culinária regional, os rios amazônicos e a trajetória de lutas pela independência do Brasil.
"O que está acontecendo em Belém são obras para melhorar a qualidade de vida do povo dessa cidade, que é muito sofrido", afirmou o presidente. Para ele, a COP será um marco, mas o verdadeiro legado estará nas melhorias urbanas e sociais permanentes deixadas para a população paraense.

Guilherme Levorato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - 09/09/2025

'As obras não são para a COP, são para o povo de Belém', diz Lula

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta quinta-feira (2) o Parque Linear da Nova Doca, em Belém, e visitou a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Una, obras estratégicas que fazem parte da preparação da capital paraense para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), entre 10 e 21 de novembro de 2025. As informações são da Agência Gov.
Lula destacou que os investimentos não se limitam à realização do evento, mas têm como foco principal o bem-estar da população. “Para cuidar do planeta Terra, a gente começa cuidando da cidade onde vai ser a COP. Então, a gente resolveu construir uma parceria com o estado do Pará. É um grande investimento que nós estamos fazendo junto com o governo do estado e com a cidade, porque a gente quer tratar do povo para poder, quando a COP terminar, o povo usufruir de todos os benefícios que foram feitos aqui”, afirmou.
Em seguida, o presidente reforçou que o maior legado será para os moradores da capital: “Os estrangeiros vão embora, a cidade vai ficar, e as obras que foram feitas aqui vão ficar para quem? Para o povo da cidade de Belém, que merece isso e um pouco mais”.
<h2>Lula: Brasil será motivo de orgulho a partir da COP 30</h2>
Além de ressaltar o impacto social e urbano das obras, Lula destacou a importância do evento para a imagem do Brasil no cenário internacional. “Nós vamos virar motivo de orgulho para o mundo a partir dessa COP. A partir dela, ninguém vai ter mais dúvida de que o Brasil não deve nada a nenhum país do mundo e de que o Brasil é soberano na tomada das nossas decisões. E aqui, quando a gente resolve trabalhar, governo municipal, governo estadual e governo federal, juntos, ninguém consegue segurar”, declarou.
<h2>Parque Linear da Nova Doca: lazer, mobilidade e sustentabilidade</h2>
Construído em parceria entre o Governo do Brasil, o Governo do Pará e a Itaipu Binacional — que investiu R$ 312,2 milhões —, o Parque Linear da Nova Doca conta com 24 mil metros quadrados de área requalificada ao longo de 1.200 metros do canal da Doca. O espaço recebeu paisagismo, equipamentos de lazer, áreas esportivas, quiosques de alimentação, ciclovia e mirantes.
O ministro das Cidades, Jader Filho, ressaltou que as mudanças já são visíveis: “Nós temos uma outra Belém, uma Belém que a partir dessas obras se transforma numa Belém melhor. Não é uma Belém que resolveu todos os seus problemas, ainda temos muitos problemas para serem resolvidos, mas avançamos muito”.
<h2>Estação de Tratamento de Esgoto Una: um dos legados mais importantes</h2>
A ETE Una, localizada no bairro Telégrafo, é considerada a maior do estado em capacidade de atendimento e um dos principais legados da COP 30. A obra recebeu R$ 125,2 milhões em investimentos, sendo R$ 49,5 milhões do Governo Federal e R$ 75,7 milhões do Governo do Pará.
Com capacidade para tratar até 475 litros de esgoto por segundo, a estação vai beneficiar mais de 90 mil pessoas em 10 bairros, impedindo o lançamento de esgoto in natura na Baía do Guajará.
“É uma revolução para mostrar para os estrangeiros que vierem participar da COP 30, que aqui a gente não brinca em serviço. Aqui a gente trata da floresta, a gente trata dos seres humanos e a gente trata de melhorar a qualidade de vida da cidade”, disse Lula.
O governador Helder Barbalho destacou a importância da obra: “Com essa obra, fruto da parceria com o Governo Federal, nós estamos entregando e deixando esse legado para a cidade de Belém e para todos que vivem nela”.
<h2>Investimentos e geração de empregos</h2>
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, informou que o banco já destinou R$ 14,2 bilhões em financiamentos para o Pará desde 2023. Entre os projetos estão obras de saneamento, centros de pesquisa e infraestrutura energética.
Segundo o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, a COP 30 será uma oportunidade para o Brasil reafirmar seu modelo de desenvolvimento sustentável: “O senhor provou que é possível fazer desenvolvimento econômico, respeito ao meio ambiente e, mesmo assim, ter um alto resultado financeiro”.
As obras também geraram emprego local: somente na ETE Una, 1,5 mil postos de trabalho diretos e indiretos foram criados.
<h2>Turismo e legado internacional</h2>
Durante a cerimônia, o ministro do Turismo, Celso Sabino, assinou um protocolo para implantação de pontos de informação turística voltados ao atendimento de visitantes nacionais e estrangeiros durante a conferência. Ele ressaltou que, sob o governo Lula, o setor já registrou recordes de faturamento e mais de 520 mil novos empregos com carteira assinada.
A COP 30 reunirá representantes de mais de 190 países em Belém, tornando a cidade vitrine mundial na luta contra a crise climática.
“Esperem para ver. Belém será outra cidade depois da COP 30”, concluiu Lula.