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China inicia construção do primeiro data center submarino do mundo voltado à inteligência artificial

Instalação em Xangai promete reduzir em 30% o consumo de energia

China inicia construção do primeiro data center submarino do mundo voltado à inteligência artificial (Foto: Shanghai Hailanyun Technology)

247 - A China deu início, em junho, à construção do primeiro data center submarino do mundo projetado especificamente para inteligência artificial, segundo informações divulgadas pela revista Live Science. A iniciativa é conduzida pela empresa Hailanyun Technology e está localizada a cerca de 10 km da costa de Xangai.

Com investimento estimado em US$ 223 milhões, o projeto busca aproveitar o resfriamento natural do oceano para reduzir em até 30% o consumo de energia em comparação a centros de dados tradicionais em terra. Na primeira fase, a instalação contará com 198 racks de servidor, totalizando aproximadamente 792 servidores de IA. Quase toda a operação será abastecida por um parque eólico marítimo, responsável por atender 97% da demanda energética.

Tecnologia inspirada na Microsoft

O projeto da Hailanyun se baseia no Projeto Natick, da Microsoft, concluído em 2024. Esse experimento demonstrou que servidores submersos podem operar de forma mais estável e econômica do que em ambientes terrestres, reforçando a viabilidade técnica e financeira do modelo.

Benefícios e riscos ambientais

Apesar das promessas de eficiência energética, a construção levanta preocupações ambientais e de segurança. Estudos anteriores da Microsoft já haviam apontado que data centers submarinos podem gerar aquecimento localizado da água. Além disso, pesquisas publicadas em 2024 indicaram que certas frequências sonoras emitidas por esses equipamentos podem comprometer sua integridade.

A Hailanyun, por sua vez, afirma que os impactos serão reduzidos ao mínimo possível, defendendo que a adoção da tecnologia será fundamental para sustentar o crescimento da inteligência artificial sem ampliar drasticamente o consumo global de energia.

Com a corrida tecnológica em plena expansão, a iniciativa chinesa coloca o país na dianteira de um setor que pode redefinir os padrões de infraestrutura digital, mas também reabre o debate sobre os custos ambientais da inovação.

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