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      China deve ampliar em mais de 40% seu poder de computação inteligente em 2025, impulsionada pelo avanço da IA

      Projeções apresentadas na China Computing Power Conference indicam que o país já ocupa a segunda posição mundial em capacidade de computação

      Inteligência artificial aplicada à medicina (Foto: VCG)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A China deve registrar um crescimento de mais de 40% em seu poder de computação inteligente em 2025, segundo previsão divulgada na China Computing Power Conference, encerrada no domingo. A informação foi publicada pelo jornal Global Times, que destacou a aceleração da inteligência artificial (IA) como o principal motor desse avanço.

      Especialistas apontam que o país está entrando em uma nova fase de desenvolvimento em larga escala, sustentada por infraestrutura tecnológica e pela aplicação prática da IA em setores estratégicos da economia. Zhang Xiaorong, diretor do Cutting-Edge Technology Research Institute, afirmou ao Global Times: “O aumento da escala de poder de computação significa que uma transformação significativa está em andamento: a IA não está mais restrita a laboratórios de pesquisa ou grandes centros urbanos, mas se espalha rapidamente por toda a sociedade chinesa”.

      Crescimento acelerado e liderança mundial

      Dados apresentados no evento mostram que o poder de computação da China tem crescido cerca de 30% ao ano. Até junho de 2025, o país alcançou 788 EFLOPS em poder de computação inteligente, um salto em relação aos 90 EFLOPS registrados no fim de 2024. Para efeito de comparação, a capacidade total de computação do país no ano passado foi de 280 EFLOPS, dos quais apenas 32% correspondiam a computação inteligente.

      Liu Liehong, chefe da Administração Nacional de Dados (NDA), afirmou em coletiva que a China já ocupa a segunda posição mundial em poder de computação, atrás apenas dos Estados Unidos. Esse avanço vem acompanhado de investimentos maciços em infraestrutura, com previsão de expansão superior a 20% ao ano e aportes de mais de 500 bilhões de yuans (cerca de 69,8 bilhões de dólares) por empresas líderes do setor de internet nos próximos três anos.

      Aplicações práticas da IA

      Segundo Wang Peng, pesquisador da Academia de Ciências Sociais de Pequim, a rápida expansão da capacidade de processamento acompanha o crescimento das aplicações da IA em áreas como modelos generativos, direção autônoma, cidades inteligentes, manufatura industrial e a chamada “economia de baixa altitude”.

      Wang destacou ainda exemplos concretos: “Na saúde, a imagem médica impulsionada por IA acelera diagnósticos precisos, auxiliando os médicos. Na educação, sistemas de aprendizado personalizado adaptam conteúdos ao progresso do aluno, enquanto a realidade virtual e aumentada criam ambientes imersivos. Já na agricultura, a computação inteligente apoia o plantio de precisão e o uso de robôs agrícolas para colheita”.

      Essas iniciativas são reforçadas por mais de 23 mil projetos inovadores já coletados em competições nacionais de aplicações de poder de computação, com adoção em setores como finanças, energia e saúde.

      Avanços em infraestrutura e chips

      A conferência também apresentou os planos do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT) para otimizar a infraestrutura de computação inteligente. O vice-ministro Xiong Jijun afirmou que a pasta busca ampliar a integração entre regiões, garantindo complementaridade entre o leste e o oeste do país, além de fomentar avanços em chips e tecnologias de base. “O ministério fortalecerá o equilíbrio entre oferta e demanda de recursos de computação, construirá um sistema interconectado e promoverá a interação coordenada entre as diferentes regiões”, afirmou.

      Zhang Xiaorong ressaltou a relação simbiótica entre chips, poder de computação e IA: “As aplicações de IA impulsionam a demanda por poder de computação, que depende do desempenho de chips avançados. Esses, por sua vez, permitem sistemas mais eficientes, criando um ciclo de reforço em que cada componente acelera a evolução do outro”.

      Um dos destaques do encontro foi a apresentação do modelo DeepSeek-V3.1, otimizado para chips domésticos de nova geração. A tecnologia utiliza o padrão FP8, que reduz a representação numérica para apenas 8 bits, dobrando a eficiência de processamento e ampliando o treinamento de modelos em grande escala.

      Impacto econômico e projeções

      O reforço da infraestrutura e a popularização da computação inteligente consolidam a chamada economia digital como novo motor do crescimento chinês. Segundo Rao Shaoyang, diretor do China Telecom Research Institute, a perspectiva é que, até 2035, a inteligência artificial contribua com mais de 11 trilhões de yuans para o Produto Interno Bruto (PIB) do país, o equivalente a cerca de 4 a 5% da economia nacional.

      “Esse movimento deve multiplicar a demanda por poder de computação em dez ou até cem vezes, transformando radicalmente a competitividade da China no cenário global”, projetou Rao.

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