Tarcísio critica STF e defende Bolsonaro após condenação: sentença injusta e desproporcional
Governador de SP diz que Bolsonaro sofreu condenação injusta e pede revisão da sentença do STF. Aliados seguem o mesmo tom
247 - A condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) provocou forte reação entre aliados políticos e apoiadores. De acordo com a BBC News Brasil, a decisão da Primeira Turma da Corte, que considerou Bolsonaro culpado por golpe de Estado e outros crimes, desencadeou uma onda de críticas, pedidos de anistia e manifestações de repúdio nas redes sociais. O ex-mandatário foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, juntamente com outros aliados, por tramar um golpe de Estado.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro do governo Bolsonaro, usou sua conta na rede social X (antigo Twitter) para afirmar queque o ex-mandatário e os demais réus foram alvo de uma decisão “injusta” e com “penas desproporcionais”.
Reações de Tarcísio e aliados
“Se não se pode transigir com a impunidade, também não se pode desprezar o princípio da presunção da inocência, condenando sem provas. O resultado do julgamento, infelizmente, já era conhecido. Bolsonaro e os demais estão sendo vítimas de uma sentença injusta e com penas desproporcionais. A história se encarregará de desmontar as narrativas e a justiça ainda prevalecerá. Força, presidente. Seguiremos ao seu lado!”, escreveu Tarcísio.
O governador paulista já havia endurecido o discurso em manifestação na Avenida Paulista, onde chamou de “tirania” a atuação do ministro Alexandre de Moraes. Analistas políticos apontam que o tom adotado por Tarcísio também dialoga com sua estratégia de buscar apoio de Bolsonaro para uma eventual candidatura presidencial em 2026.
Críticas da família Bolsonaro
Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador e filho do ex-presidente, também condenou a decisão do STF, especialmente após o voto da ministra Cármen Lúcia, que consolidou a maioria pela condenação. Ele afirmou que não houve individualização das condutas e classificou o julgamento como pré-determinado.
“A pretexto de defender a democracia, os pilares da democracia foram quebrados para condenar um inocente que ousou não se curvar a um ditador chamado Alexandre de Moraes”, escreveu o parlamentar.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal, foi além e voltou a defender uma anistia ampla. “Nada diferente de anistia ampla, geral e irrestrita deverá ser analisada ou surtirá qualquer efeito de pacificação”, declarou. Ele acrescentou que medidas parciais não resolveriam o impasse político e acusou Moraes de perseguir opositores.
Eduardo, que vive nos Estados Unidos desde o início do ano, destacou ainda que busca apoio do presidente Donald Trump para pressionar contra os processos. À agência Reuters, afirmou esperar que ministros do STF que votaram pela condenação enfrentem sanções sob a Lei Magnitsky, já utilizada por Trump contra Moraes.
Mobilização internacional e novos ataques
O blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo, também radicado nos Estados Unidos, declarou que a decisão do STF foi a “consumação” de uma perseguição e prometeu intensificar o lobby por sanções contra o Brasil.
Outros aliados se manifestaram em tom semelhante. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse que o julgamento teve caráter de “narrativa vingativa” e classificou a decisão como uma “vergonha”. Já o ex-deputado Major Vítor Hugo (PL-GO) afirmou que se tratou de “um dos dias mais tristes da História recente”.
O senador Marcos Rogério (PL-GO) acrescentou que o desfecho já era esperado: “Resultado previsível antes mesmo do processo começar. STF virou teatro e Moraes e companhia usam a caneta para se vingar”.
O julgamento no STF
O placar final da Primeira Turma teve votos de Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin a favor da condenação. O ministro Luiz Fux foi o único a se posicionar pela absolvição de Bolsonaro, decisão elogiada por aliados do ex-mandatário como uma “aula de Direito Constitucional e respeito aos direitos humanos”.