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Tagliaferro diz na CCJ da Câmara que guardou provas contra Moraes

Em depoimento, ex-assessor diz que documentos eram entregues diretamente ao ministro Alexandre de Moraes

Tagliaferro diz na CCJ da Câmara que guardou provas contra Moraes (Foto: Reprodução/Facebook)

247 - O ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, afirmou durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, nesta quarta-feira (17), que acumulou documentos e provas desde o início de sua atuação no órgão. De acordo com ele, parte de seu trabalho era produzir relatórios sobre parlamentares e figuras públicas ligadas à direita política, que eram entregues diretamente ao então presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes. 

Declarações de Tagliaferro

“Desde que eu entrei no tribunal, eu já percebi que o trabalho ali não era de acordo com os meus princípios, ainda mais por pedir para deletar mensagens. Eu sou perito e trabalho com as provas, eu não apago as provas”, disse Tagliaferro, segundo a CNN Brasil

O ex-assessor afirmou que, diante do que considerava irregular, decidiu guardar cópias de todos os materiais produzidos. “Eu resolvi guardar tudo porque eu sabia que lá na frente eu poderia divulgar isso caso algo errado acontecesse”, ressaltou.

Relatórios sobre parlamentares

Tagliaferro alegou que Moraes tinha conhecimento detalhado de suas atividades e de informações pessoais. “Ele sabia de tudo que eu fazia, onde eu morava, minha família… Eu pedi exoneração diversas vezes, mas foram rasgadas”, contou.

Carla Zambelli entre os principais alvos

Ainda de acordo com a reportagem, o ex-assessor afirmou que a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) era uma das figuras mais citadas nas solicitações do ministro. “Os nomes eram Carla Zambelli, Allan dos Santos, Constantino, Figueiredo, eram os principais alvos do ministro Alexandre de Moraes. Existiam outros, mas a deputada Carla Zambelli era um dos principais pedidos do ministro”, afirmou.

Zambelli está presa na Itália e aguarda decisão sobre pedido de extradição para o Brasil. O Supremo Tribunal Federal (STF) a condenou a dez anos de prisão por participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Histórico de Tagliaferro no TSE

Tagliaferro deixou o TSE em maio de 2023, após ter sido preso sob acusação de violência doméstica contra a esposa. Posteriormente, foi absolvido pela Justiça de São Paulo em processo relacionado a disparo de arma de fogo.

Processos e investigações em andamento

O ex-assessor também é investigado por supostamente vazar mensagens de servidores do gabinete do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF). Procurado pela reportagem, o ministro Alexandre de Moraes não se pronunciou sobre as declarações do ex-assessor.

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