Ex-assessor afirma que uso do TSE nos atos golpistas foi 'lastreado' por decisão do STF
Alvo de críticas de parlamentares bolsonaristas, o ex-auxiliar foi acusado de supostos excessos e ordens ilegais quando Moraes era presidente do tribunal
247 - Ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o perito Eduardo Tagliaferro afirmou nesta terça-feira (2) que o uso da assessoria para ajudar na investigação da situação dos presos em flagrante por causa dos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023 foi "lastreado" por uma decisão anunciada pelo magistrado do STF, que mencionou expressamente o nome dele, ex-chefe da Assessoria de Enfrentamento à Desinformação (AEED) Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Alvo de críticas de parlamentares bolsonaristas, o ex-auxiliar foi acusado de supostos excessos e ordens ilegais quando Moraes era presidente do TSE em 2022, durante as eleições gerais.
“Os trabalhos naquele momento dentro da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação foram lastreados com uma decisão proferida pelo STF no dia 9 de janeiro de 2023”, relatou Eduardo Tagliaferro, em audiência no Senado, em Brasília (DF). O relato saiu no Portal Uol.
O depoimento do ex-assessor contrapõe um questionamento sobre a ilegalidade do uso da AEED em relação às decisões do STF para manter ou soltar os presos em flagrante detidos após os ataques terroristas. Tagliaferro mencionou o despacho do ministro Alexandre de Moraes um dia depois dos atos, em 9 de janeiro.
O ex-assessor havia dito que o magistrado pediu à Polícia Federal para todas as câmeras que registraram os crimes e ordenou que ele, o próprio Tagliaferro, coordenasse pessoalmente consultas a dados no TSE para identificar e localizar informações sobre pessoas presas.
No depoimento, Tagliaferro disse que o objetivo era fazer análises e levantamento sobre dados civis, em todo e qualquer sistema disponível. A ideia era identificar todas as pessoas —presas ou não— do 8 de janeiro.