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Procuradoria denuncia juiz e ex-assessor de Moraes por peculato e organização criminosa

Mais 13 pessoas foram denunciadas

Eduardo Tagliaferro (Foto: Reprodução/Facebook)

247 - A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo denunciou o perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Os crimes atribuídos foram peculato e organização criminosa. Mais 13 pessoas foram denunciadas, entre elas um juiz do Tribunal de Justiça (TJ-SP), apontou o jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (4).

De acordo com a Procuradoria, o grupo desviou dinheiro sob a posse indireta do juiz Peter Eckschmiedt, da 2ª Vara Cível de Itapevi, na Grande São Paulo. Investigadores apontaram que os participantes do esquema conseguiram recursos financeiros por meio de heranças ainda não partilhadas ou de bens de idosos incapazes.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Polícia Militar fizeram uma operação na casa do juiz em agosto do ano passado e encontraram R$ 1,7 milhão em cédulas, em um sótão.

O perito foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral durante a presidência de Moraes no TSE. O ex-assessor acusou o atual ministro do STF de perseguir políticos de direita e restringir a liberdade de expressão pela derrubada de publicações e perfis das redes sociais. 

O ministro do Supremo tem sido um dos principais alvos de ataques de políticos da extrema direita, muito em função da atuação dele em investigações como fraudes em compras de joias, produção de fake news e crimes relacionados à pandemia do coronavírus. 

Após ser investigado pela Polícia Federal, Tagliaferro se mudou para a Itália. Ele foi indiciado em abril deste ano sob suspeita de ter violado o sigilo funcional envolvendo informações sobre procedimentos adotados no gabinete de Moraes.

Em nota, o ministro do STF negou irregularidades e afirmou que todas as investigações envolvendo políticos foram oficiais, regulares e com informe à Procuradoria-Geral da República.

Os advogados Paulo Hamilton Siqueira Junior e Paulo Herschander, que defendem Eckschmiedt, informaram que vão se manifestar somente no processo porque o caso está em sigilo.

"Por ora, [o juiz] nega veementemente os fatos que lhe foram imputados, os quais serão devidamente esclarecidos no momento oportuno, por meio da defesa técnica a ser apresentada nos autos. A defesa reforça o compromisso com a verdade, com o devido processo legal e o respeito às instituições".

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