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Sabino tem dificuldade para encontrar partido que banque sua candidatura ao Senado

Ministro do Turismo enfrenta veto do MDB no Pará e busca no PSB uma alternativa para disputar o Senado em 2026

Celso Sabino (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

247 - O ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou que permanecerá no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo diante do risco de expulsão de seu partido, o União Brasil. A decisão contraria a determinação da legenda, que havia estabelecido prazo até 19 de setembro para que ele deixasse o cargo.

Segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo, Sabino chegou a entregar uma carta de demissão a Lula em 26 de setembro, mas voltou atrás após receber do presidente a promessa de apoio em sua futura candidatura ao Senado, em 2026. A permanência, no entanto, cobra um preço: sem o União Brasil, o ministro terá de buscar uma nova legenda para concorrer, movimento que encontra resistências no cenário político paraense.

Disputa com MDB e desafio da vaga ao Senado

O maior partido de apoio ao governo no Pará, o MDB, já fechou sua chapa para o Senado em 2026. O governador Helder Barbalho, em seu segundo mandato, pretende disputar uma das duas vagas e renunciará em março de 2026 para abrir espaço à vice, Hana Ghassan, que assumirá o comando do estado e buscará a reeleição. A segunda vaga está reservada ao presidente da Assembleia Legislativa, Chicão, também do MDB.

Integrantes do grupo político de Helder Barbalho informaram a Sabino que não há espaço sequer para uma tentativa de reeleição à Câmara dos Deputados. O MDB deve priorizar a candidatura de Jader Filho, ministro das Cidades, que fará sua estreia eleitoral no Pará.

Alternativa no PSB e impasse interno

Diante do bloqueio emedebista, Sabino analisa a possibilidade de se filiar ao PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin. Essa opção, porém, depende do aval do presidente nacional da sigla, o prefeito do Recife, João Campos. A situação é delicada: Campos tem forte ligação com o grupo Barbalho e participou ativamente da campanha de Igor Normando, primo do governador, na disputa pela prefeitura de Belém em 2024.

No entanto, o cenário no Pará é fragmentado. O prefeito de Ananindeua, Doutor Daniel Santos, hoje no PSB, rompeu com Helder Barbalho e surge como opositor ao grupo. Ele derrotou com ampla margem o candidato apoiado pelo MDB em 2024 e poderá usar sua base como contraponto ao domínio da família Barbalho no estado.

Calendário eleitoral pressiona ministro

Embora as eleições estejam a um ano de distância, Sabino sabe que o tempo joga contra. A janela para troca partidária sem risco de cassação de mandato abre em menos de seis meses, e as articulações estaduais já estão avançadas. Como as vagas ao Senado são mais restritas que as de deputado federal, cada movimento exige negociações de alto nível.

Enquanto busca um novo partido, o ministro aposta na visibilidade proporcionada por grandes eventos do calendário paraense, como a COP30 em Belém, marcada para novembro, e o Círio de Nazaré, que acontece neste mês, para fortalecer seu nome na corrida eleitoral. Além disso, se permanecer no ministério até março, terá controle sobre um volume expressivo de emendas parlamentares, recurso estratégico para consolidar alianças e impulsionar sua pré-campanha.

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