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      Quem é Mozart Sales, médico e secretário do Ministério da Saúde sancionado pelos EUA

      Ex-vereador do Recife e um dos idealizadores do programa Mais Médicos, Sales atualmente ocupa a Secretaria de Atenção Especializada à Saúde

      Mozart Sales e Marco Rubio (Foto: Divulgação | Mark Schiefelbein/Pool via REUTERS)
      Guilherme Paladino avatar
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      247 - Médico, pesquisador e gestor público com mais de duas décadas de atuação no serviço público e na política, Mozart Julio Tabosa Sales está no centro de uma nova crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Na quarta-feira (13), o governo Trump anunciou a revogação do visto do pernambucano e de outros nomes associados ao programa Mais Médicos, acusando-os de participação em um suposto esquema de “trabalho forçado” envolvendo médicos cubanos.

      Carreira na medicina e no serviço público

      Formado em Medicina pela Universidade de Pernambuco (1995), Sales fez residência em Clínica Médica (2000) e especialização em Medicina Legal (2001) na mesma instituição. É também mestre em Perícias Forenses (2017) e doutor em Saúde Integral pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira – Imip (2022).

      Servidor concursado do Hospital Universitário Oswaldo Cruz desde 1999 e médico legista do Instituto de Medicina Legal de Pernambuco desde 2001, Sales construiu paralelamente uma trajetória na gestão pública. Foi gerente do Distrito Sanitário VI da Prefeitura do Recife (2001-2002) e ocupou cargos de assessor no Ministério da Saúde e na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República durante os anos 2000.

      Entre 2004 e 2008, exerceu mandato como vereador do Recife, presidindo a Comissão de Saúde da Câmara Municipal.

      Atuação no Ministério da Saúde e no Mais Médicos

      De 2011 a 2014, Sales foi chefe de gabinete e depois secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, período em que participou da concepção e implementação do Mais Médicos, programa lançado em 2013 pelo governo Dilma Rousseff para ampliar o atendimento médico em áreas remotas, periferias urbanas e regiões carentes.

      O projeto contou inicialmente com forte participação de profissionais cubanos, intermediados pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

      Sales chegou a assumir interinamente o Ministério da Saúde em duas ocasiões, em 2012 e 2014. Posteriormente, foi diretor da Hemobras (2015-2016) e, desde então, passou a atuar como pesquisador do Imip e docente da Faculdade Pernambucana de Saúde. Em sua atual passagem pelo governo federal, ocupa o cargo de secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde.

      Acusação dos EUA

      Segundo o Departamento de Estado norte-americano, Sales e o então assessor de Assuntos Internacionais da pasta, Alberto Kleiman, teriam usado a Opas como intermediária para contratar médicos cubanos “sem seguir requisitos constitucionais brasileiros”, contornando sanções dos EUA contra Cuba e repassando ao governo de Havana valores que seriam devidos aos profissionais.

      O comunicado alega que o esquema “enriqueceu o regime cubano” e prejudicou o acesso da população a cuidados médicos essenciais.

      As sanções contra Sales incluem a proibição de entrada nos EUA, no contexto de uma ofensiva mais ampla do governo Trump contra autoridades brasileiras, que já atingiu ministros do Supremo Tribunal Federal e resultou em medidas comerciais punitivas.

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