Prisão de Bolsonaro repercute na imprensa internacional
Veículos estrangeiros destacam acusações graves e uso político das redes sociais por Bolsonaro após decisão de Moraes
247 - A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teve ampla repercussão na imprensa internacional.
Os jornais estrangeiros destacaram tanto o teor das acusações quanto o contexto político da medida, que ocorreu um dia após manifestações em apoio ao ex-presidente promovidas por setores da extrema direita.
EUA: Acusações de conspiração e plano de assassinato
Nos Estados Unidos, o The Washington Post chamou atenção para a gravidade das acusações que pesam sobre Bolsonaro. Segundo o jornal, o ex-presidente é acusado de liderar uma “organização criminosa que conspirou para anular a eleição, incluindo planos para assassinar o presidente Lula (PT)”. A reportagem observa ainda que a decisão mais recente do STF vem na esteira de medidas anteriores, como o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e o toque de recolher imposto a Bolsonaro.
“A ordem de segunda-feira segue uma do Supremo Tribunal Federal, que no mês passado ordenou que Bolsonaro usasse uma tornozeleira eletrônica e impôs um toque de recolher às suas atividades enquanto o processo estiver em andamento”, descreve o jornal.
Reino Unido: Uso indevido de redes sociais e incitação ao ódio
No Reino Unido, o The Guardian repercutiu a argumentação central da decisão de Moraes, que apontou violação de medidas cautelares por parte de Bolsonaro, especialmente a proibição de utilizar redes sociais.
“Moraes escreveu que, enquanto manifestantes saíam às ruas em diversas cidades do país no domingo em apoio ao ex-presidente, Bolsonaro usou as contas de mídia social de aliados para compartilhar mensagens contendo ‘claro incentivo e incitação ao ataque ao Supremo Tribunal Federal e apoio aberto à intervenção estrangeira no judiciário brasileiro’”, afirma o jornal britânico.
Já a BBC destacou em seu portal que a decisão foi divulgada um dia após os atos convocados por aliados do ex-presidente.
Argentina: Justiça não será “desprezada como tola”
O jornal argentino Clarín destacou a justificativa de Alexandre de Moraes ao determinar a prisão domiciliar de Bolsonaro. Segundo o diário, o ministro foi enfático ao afirmar que o Poder Judiciário não se deixará intimidar por poder econômico ou capital político do réu.
“A Justiça não permitirá que um acusado a descarte como tola, acreditando que ela permanecerá impune por causa de seu poder político e econômico”, reproduziu o Clarín.
Oriente Médio: Ênfase no caráter extremista dos protestos
A emissora Al Jazeera, do Catar, também repercutiu a notícia e observou que a decisão foi tomada após manifestações promovidas pela “extrema direita”. Segundo o canal árabe, Bolsonaro é acusado de tentar invalidar as eleições presidenciais de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.
“Bolsonaro é acusado de tentar anular a eleição de 2022, vencida por seu oponente de esquerda, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirma o texto da Al Jazeera.
Agências de notícias mobilizam cobertura global
Grandes agências internacionais — como Reuters, Associated Press e AFP — emitiram alertas urgentes à imprensa mundial, informando que a ordem partiu do Supremo Tribunal Federal. A cobertura em tempo real reforça a importância política e simbólica da medida, além de seu impacto nas relações institucionais do Brasil.
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