HOME > Brasil

Prisão de Bolsonaro repercute na imprensa internacional

Veículos estrangeiros destacam acusações graves e uso político das redes sociais por Bolsonaro após decisão de Moraes

Jair Bolsonaro em Brasília, Brasil, em 29 de julho de 2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teve ampla repercussão na imprensa internacional.

Os jornais estrangeiros destacaram tanto o teor das acusações quanto o contexto político da medida, que ocorreu um dia após manifestações em apoio ao ex-presidente promovidas por setores da extrema direita.

EUA: Acusações de conspiração e plano de assassinato

Nos Estados Unidos, o The Washington Post chamou atenção para a gravidade das acusações que pesam sobre Bolsonaro. Segundo o jornal, o ex-presidente é acusado de liderar uma “organização criminosa que conspirou para anular a eleição, incluindo planos para assassinar o presidente Lula (PT)”. A reportagem observa ainda que a decisão mais recente do STF vem na esteira de medidas anteriores, como o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e o toque de recolher imposto a Bolsonaro.

“A ordem de segunda-feira segue uma do Supremo Tribunal Federal, que no mês passado ordenou que Bolsonaro usasse uma tornozeleira eletrônica e impôs um toque de recolher às suas atividades enquanto o processo estiver em andamento”, descreve o jornal.

Reino Unido: Uso indevido de redes sociais e incitação ao ódio

No Reino Unido, o The Guardian repercutiu a argumentação central da decisão de Moraes, que apontou violação de medidas cautelares por parte de Bolsonaro, especialmente a proibição de utilizar redes sociais.

“Moraes escreveu que, enquanto manifestantes saíam às ruas em diversas cidades do país no domingo em apoio ao ex-presidente, Bolsonaro usou as contas de mídia social de aliados para compartilhar mensagens contendo ‘claro incentivo e incitação ao ataque ao Supremo Tribunal Federal e apoio aberto à intervenção estrangeira no judiciário brasileiro’”, afirma o jornal britânico.

Já a BBC destacou em seu portal que a decisão foi divulgada um dia após os atos convocados por aliados do ex-presidente.

Argentina: Justiça não será “desprezada como tola”

O jornal argentino Clarín destacou a justificativa de Alexandre de Moraes ao determinar a prisão domiciliar de Bolsonaro. Segundo o diário, o ministro foi enfático ao afirmar que o Poder Judiciário não se deixará intimidar por poder econômico ou capital político do réu.

“A Justiça não permitirá que um acusado a descarte como tola, acreditando que ela permanecerá impune por causa de seu poder político e econômico”, reproduziu o Clarín.

Oriente Médio: Ênfase no caráter extremista dos protestos

A emissora Al Jazeera, do Catar, também repercutiu a notícia e observou que a decisão foi tomada após manifestações promovidas pela “extrema direita”. Segundo o canal árabe, Bolsonaro é acusado de tentar invalidar as eleições presidenciais de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.

“Bolsonaro é acusado de tentar anular a eleição de 2022, vencida por seu oponente de esquerda, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirma o texto da Al Jazeera.

Agências de notícias mobilizam cobertura global

Grandes agências internacionais — como Reuters, Associated Press e AFP — emitiram alertas urgentes à imprensa mundial, informando que a ordem partiu do Supremo Tribunal Federal. A cobertura em tempo real reforça a importância política e simbólica da medida, além de seu impacto nas relações institucionais do Brasil.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...