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      Operação Carbono Oculto é novo modelo de enfrentamento ao crime organizado, diz Haddad

      Ministro da Fazenda destaca que investigações podem revelar centenas de bilhões de reais em lavagem de dinheiro

      Fernando Haddad (Foto: Washington Costa/MF)
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      247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a Operação Carbono Oculto inaugura um novo modelo de enfrentamento ao crime organizado no Brasil  Segundo Haddad, a operação expõe vínculos diretos entre organizações criminosas e estruturas sofisticadas de movimentação financeira.

      O titular da Fazenda explicou que o esquema não se limita ao mercado tradicional. “Quando a gente fala de Faria Lima, não estou falando do mercado financeiro tradicional. Estou falando de gente que ganhou tanto dinheiro que começou a alugar andares dos prédios mais chiques da cidade”, disse Haddad, durante entrevista ao programa Canal Livre, da TV Band, que vai ao ar neste domingo (31), de acordo com o Estadão Conteúdo.

      Segundo o ministro, os números já identificados são expressivos e devem crescer à medida que a investigação avance. Apenas em São Paulo, foram rastreados R$ 52 bilhões movimentados por meio do esquema. Haddad reforçou que o montante pode ser ainda mais elevado. “Não tenho dúvidas de que com o aprofundamento das investigações, a operação chegaria a centenas de bilhões de reais lavados pelo crime organizado”, afirmou.

      O ministro acrescentou que não seria necessário grande esforço para que os valores identificados ultrapassem a marca dos R$ 100 bilhões, podendo alcançar R$ 200 bilhões ou até R$ 300 bilhões. Para ele, a Operação Carbono Oculto evidencia um “salto qualitativo” no combate à lavagem de dinheiro e na responsabilização de estruturas financeiras utilizadas por facções criminosas.

      Em outro trecho da entrevista divulgado pela Band, Haddad comentou os impactos da polêmica em torno da suposta tentativa da Receita Federal de monitorar transações via Pix. O episódio ganhou força após a divulgação de um vídeo do deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG), que já soma dezenas de milhões de visualizações. Segundo Haddad, o material viralizado continha informações falsas que acabaram dificultando o trabalho de fiscalização.

      “Aquela fake news tinha o propósito de criar polêmica, ganhar visibilidade, lacrar”, afirmou o ministro. Apesar da gravidade da desinformação, ele disse não acreditar que a intenção tenha sido favorecer organizações criminosas. Com a repercussão negativa, Haddad explicou que auditores fiscais precisaram adotar procedimentos manuais em parte das investigações, o que teria atrasado e comprometido a eficácia do monitoramento.

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