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      'O Brasil não aceita ingerências, nem externas e nem dos maus brasileiros', afirma José Carlos Dias

      Histórico jurista e ex-ministro condena “atos histriônicos” de Donald Trump e traição do clã Bolsonaro: “organização criminosa”

      José Carlos Dias (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil 247)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Em ato pela defesa da soberania nacional, realizado nesta sexta-feira (25) na Faculdade de Direito da USP, o jurista e ex-ministro da Justiça José Carlos Dias fez um contundente discurso contra pressões externas ao Brasil e denunciou o papel de Jair Bolsonaro (PL) e de sua família em articulações que classificou como traição aos interesses nacionais. O evento contou com a participação de diversas entidades da sociedade civil e teve como foco a defesa da democracia e da autonomia das instituições brasileiras diante de ameaças do governo norte-americano, comandado por Donald Trump.

      “Mais uma vez nos reunimos nesta casa, todos os brasileiros que estão a ver ameaçada a soberania do nosso país”, afirmou Dias, que tem longa trajetória na defesa dos direitos humanos e das instituições democráticas. Ele relembrou mobilizações anteriores no mesmo local, como a reunião em 2022 no Salão Nobre da Faculdade, quando a comunidade jurídica e a sociedade civil se uniram para rechaçar os ataques à democracia promovidos por Bolsonaro.

      A soberania é a razão de estarmos juntos” - Em seu discurso, José Carlos Dias demonstrou preocupação com o atual cenário e destacou a urgência de uma mobilização ampla e unificada. “Hoje nos reunimos mais uma vez, com medo. Com medo sim nos nossos corações de que a coisa vá piorando. E é por isso que nós estamos fortes, juntos”, declarou. Para o jurista, a soberania não pode ser dissociada da democracia, e ambas devem ser defendidas com firmeza: “não é possível imaginarmos uma democracia sem soberania”.

      Dias enfatizou que a soberania brasileira vem sendo “vilmente atacada” tanto por pressões externas quanto por setores internos que atuam contra os interesses do país. “[O brasileiro] não aceita ingerências externas. Nem ingerências externas e nem dos maus brasileiros que se reúnem numa família como uma organização criminosa”, afirmou, em referência ao clã Bolsonaro. Ele denunciou a postura da família do ex-presidente, acusando-a de agir como porta-voz dos interesses estrangeiros: “esta família que manda um ‘embaixador’ aos Estados Unidos para representar os interesses americanos, e não os interesses brasileiros”.

      “Não nos subordinaremos a vergonhosas ameaças externas” - O ex-ministro também criticou os ataques do presidente norte-americano Donald Trump, classificando-os como “atos histriônicos” e ofensivos à autonomia brasileira. “É preciso declamar que nossa soberania não pode ser maculada por atos histriônicos de um governante intervencionista e voluntarista ou pelos interesses das grandes empresas de tecnologia”, afirmou.

      Ao falar em nome da independência institucional, José Carlos Dias fez um apelo direto ao presidente Lula e aos magistrados do país: “aqui temos que nos dirigir ao presidente Lula, aos juízes, emprestando ao presidente e aos juízes solidariedade nesta cruzada por nossa dignidade enquanto nação. Não é hora de termos oposição e situação. É hora de termos união nacional em defesa dos interesses dessa pátria”.

      Segundo o jurista, as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil são “um acinte às boas e saudáveis relações diplomáticas internacionais” e uma violação direta da soberania nacional. “As sanções externas são uma afronta à autonomia do Estado brasileiro”, declarou, convocando a população a se unir em torno de um novo simbolismo de independência: “estamos inaugurando um novo 7 de Setembro, uma independência que pretendemos ver ecoar por todos os cantos e recantos do país e mundo afora”.

      “Brasil, estamos aqui!” - Ao final de sua fala, José Carlos Dias conclamou a sociedade a resistir, unida, aos ataques à soberania brasileira. “Temos o direito de nos autogovernar, de regermos nossos destinos e determinarmos nosso estatuto jurídico e político. Esse é um direito inegociável”, destacou. E finalizou com um chamado enfático: “É hora de estarmos juntos e de gritarmos: ‘Brasil, estamos aqui!’”.

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