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Nubank pede licença bancária nos EUA para acelerar expansão global

Fintech brasileira mira mercado norte-americano após consolidar atuação na América Latina

Nubank (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

247 - O Nubank, maior banco digital independente da América Latina, solicitou uma licença bancária nacional nos Estados Unidos junto ao Office of the Comptroller of the Currency (OCC). A informação foi divulgada pelo Brazil Stock Guide e marca um passo decisivo na estratégia da fintech de ampliar sua presença para além da região e enfrentar a concorrência em um dos mercados financeiros mais competitivos do mundo.

Fundado em 2013, em São Paulo, o Nubank construiu uma base de quase 123 milhões de clientes e consolidou operações no México e na Colômbia. Em 2024, registrou receita recorde de US$ 3,7 bilhões, com crescimento anual de 40%. Agora, a empresa quer reproduzir esse desempenho nos Estados Unidos, com planos de oferecer depósitos, cartões de crédito, empréstimos e até serviços de custódia de ativos digitais.

Declarações de David Vélez

O fundador e CEO do Nubank, David Vélez, ressaltou que a prioridade ainda está nos mercados atuais, mas a licença norte-americana abre caminho para avanços estratégicos.
“Nosso foco principal continua sendo crescer nos mercados onde já atuamos, mas solicitar a licença nos EUA nos prepara para atender melhor os clientes existentes e, com o tempo, alcançar novos públicos”, afirmou Vélez.

Estrutura de governança robusta

O conselho da nova subsidiária nos EUA será presidido por Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central do Brasil. Também integram o grupo Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank e CEO da operação norte-americana; Youssef Lahrech, ex-COO da instituição; Brian Brooks, ex-controlador interino da OCC; e Kelley Morrell, que já ocupou cargos de destaque na Blackstone e no Tesouro dos Estados Unidos.

Desafios e expectativas

Se aprovada, a licença permitirá que o Nubank acelere a expansão norte-americana a partir de 2026, competindo diretamente com bancos tradicionais e fintechs já estabelecidas. O modelo do banco digital, baseado em tecnologia nativa em nuvem, custos operacionais reduzidos e alto engajamento dos clientes, será colocado à prova em um mercado maduro, onde a disputa por depósitos e crédito é intensa.

A iniciativa reflete a ambição da fintech em se consolidar como um player global, após garantir licença bancária também para sua subsidiária no México. O movimento reforça a busca do Nubank por escala internacional e desafia tanto neobancos locais quanto gigantes financeiros já estabelecidos.

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