“Não tem ‘nós contra eles’. São eles contra nós”, diz Lula
Presidente volta a pedir empenho na eleição de deputados de esquerda: “votar em rico significa colocar raposa para tomar conta do galinheiro”
247 - Em discurso nesta sexta-feira (25) em Osasco (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a desigualdade social no Brasil e a apontar o papel das elites no bloqueio a políticas voltadas à população mais pobre. Lula rejeitou a narrativa de que estimula a polarização política e inverteu a lógica: “Não tem ‘nós contra eles’. São eles contra nós”.
“O povo cumpre com a sua função. O povo levanta de manhã, vai trabalhar, pega duas horas de ônibus, trabalha, no final do mês recebe um salário merreca, que não dá para fazer tudo. [...] Aí eles ficam dizendo ‘o Lula fica dizendo nós contra eles’. Não tem ‘nós contra eles’, são eles contra nós”, declarou o presidente.
Lula descreveu a realidade das favelas e das periferias como um cenário de abandono, insegurança e humilhação cotidiana. Lembrou da falta de lazer e da convivência com esgoto, lixo e violência, principalmente contra crianças e trabalhadores:
“Qual é o lazer daquela família? [...] É tudo fedido, aquela água fedida, um monte de lixo… Então se a gente não cuidar disso, para quê ser presidente da República?”
Crítica à elite política: “raposa no galinheiro” - O presidente voltou a defender a importância de eleger parlamentares progressistas comprometidos com o povo e criticou o voto em candidatos ricos que, segundo ele, não representam os interesses da maioria da população.
“Quando a gente vota num cara rico, significa que a gente está colocando uma raposa para tomar conta do galinheiro”, afirmou.
Lula denunciou o preconceito que parte do eleitorado pobre nutre contra candidatos de origem semelhante, acreditando que o político rico é menos propenso à corrupção:
“O pobre fala assim ‘eu vou votar no prefeito que é rico, porque ele não vai roubar porque é rico’. Ora, ele só é rico porque já roubou.”
Em tom de alerta, o presidente destacou a desproporção entre os parlamentares de esquerda e a maioria conservadora no Congresso Nacional:
“Se juntar todos os deputados de esquerda, chegamos a 130. O PT, que é o maior partido, de 513 elegeu apenas 70. Minha pergunta é: o que leva uma pessoa que mora na periferia a votar num cara rico?”
Combate à fraude contra aposentados - Durante sua fala, Lula também citou o escândalo envolvendo fraudes contra aposentados e disse que o governo já iniciou a devolução dos valores desviados:
“Montaram uma quadrilha para roubar aposentado. E ontem começamos a devolver o dinheiro que foi roubado para todos os aposentados que foram lesados neste país.”
“Se quiser brigar comigo, eu ainda não quero. Mas se continuar, aí vai ter” - Lula iniciou sua fala relembrando sua trajetória de vida e reforçando sua identificação com o sofrimento da classe trabalhadora. Disse não desejar confrontos, mas avisou que está preparado para enfrentá-los, se necessário:
“Eu não quero brigar. Se quiser brigar comigo, eu ainda não quero brigar. Mas se continuar brigando comigo, aí vai ter.”
O presidente destacou que sua atuação política é pautada pela vivência direta das dificuldades do povo brasileiro e que seus compromissos com políticas sociais são reflexo dessa experiência:
“Eu vivi esse mundo todo. [...] Então quando venho fazer as coisas é porque eu sei o que passa o povo.”
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