Lula relata conversa entre Rubio e Mauro Vieira sobre tarifaço
"Vamos ver se a gente consegue se acertar. O Brasil não quer briga com os EUA", disse o presidente
247 - O presidente Lula confirmou nesta quinta-feira (9), em entrevista à rádio Piatã, que Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, fez uma ligação ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, nesta quarta-feira (8), um dia após ele ter conversado com o presidente estadunidense Donald Trump. Essa comunicação, segundo Lula, marca o início de um momento decisivo nas negociações sobre as tarifas impostas ao Brasil pelos EUA.
“Agora começa um outro momento. Ainda ontem o secretário de Estado Marco Rubio ligou para o meu ministro Mauro Vieira, talvez comece a ter conversa a partir de agora. Vamos ver se a gente consegue se acertar. O Brasil não quer briga com os EUA”, afirmou Lula, de acordo com o g1.
Progresso nas negociações sobre tarifas
A recente escolha de Marco Rubio para liderar as negociações por parte dos EUA foi vista de forma positiva por vários aliados de Lula, especialmente por sua postura mais "ideológica" dentro do governo Trump, o que poderia abrir caminhos para soluções mais favoráveis ao Brasil. Desde o início de agosto, uma série de produtos brasileiros passou a ser alvo de tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, afetando diretamente o comércio entre os dois países. Durante o telefonema com Trump, Lula solicitou a retirada de 40% dessas tarifas, argumentando que os 10% restantes são um imposto aplicado de forma geral a produtos de diversas nações.
O presidente brasileiro também aproveitou para pedir a revogação das sanções impostas pelo governo americano a autoridades brasileiras, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essas sanções foram um ponto controverso nas relações bilaterais, especialmente após o decreto de Trump que visava interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Brasil.
Diálogo cordial
Lula ainda comentou que a conversa com Trump foi marcada por cordialidade.. “Ele me ligou da forma mais gentil que um ser humano pode lidar com o outro”, relatou o presidente brasileiro. Lula também destacou o tom informal da conversa, afirmando que sugeriu a Trump um tratamento mais direto e sem formalidades: "Eu disse, ‘presidente, precisamos nos tratar sem liturgia, você me chama de você, eu chamo você de você. Somos dois senhores de 80 anos, presidimos as duas maiores democracias do Ocidente, e precisamos passar para o resto do mundo cordialidade, harmonia e não discórdia e briga".
