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Jorge Messias: "medo" de cerco às big techs motiva agressão de Trump ao Brasil, não Bolsonaro

Para o ministro da AGU, processo judicial contra Bolsonaro é questão “menor” para o presidente dos Estados Unidos

Jorge Messias (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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Reuters - O advogado-geral da União, Jorge Messias, disse nesta quarta-feira que avalia que a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em taxar produtos brasileiros em 50% a partir de 1º de agosto tem como motivação principal o "medo" de que o Brasil avance em legislações para regular as "big techs".

Falando em entrevista ao portal de notícias Metrópoles, Messias ainda afirmou que as big techs são atualmente a grande arma que os EUA têm para impor sua vontade sobre outros países. Ele fez a avaliação de que o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro é uma questão "menor" para Trump.

"Nós suspeitamos que isso (processo de Bolsonaro) seja algo absolutamente menor para ele (Trump)", disse Messias.

"Eu tenho uma avaliação muito própria de que o grande motivador dessa reação do presidente Trump tem nome e sobrenome, para mim são as big techs... Hoje a grande arma de guerra que os Estados Unidos têm para impor suas vontades a outros países é esse instrumento das big techs. As grandes big techs hoje são empresas com capital e controle norte-americanos e querem impor a sua agenda aos outros países", avaliou.

Na carta em que anunciou as tarifas, na semana passada, Trump mencionou o processo judicial contra Bolsonaro e medidas judiciais que avalia como injustas em relação às big techs como razões para sua decisão. O documento veio depois de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ampliar o rol de obrigações das big techs com atuação no Brasil na remoção de conteúdos considerados ilícitos.

"Eles temem que o Brasil avance em sua defesa democrática e estabeleça marcos civilizatórios para limitar a ação dessas big techs", disse Messias na entrevista.

"Aqui conosco não tem vez. Se quiser sentar e dialogar conosco é olho no olho. Não vai ter interferência externa para achar que big tech vai mandar aqui, porque big tech não manda no Brasil", disparou.

Messias fez ainda avaliação de que o governo norte-americano lançou uma investigação formal sobre práticas comerciais supostamente desleais do Brasil pois Trump teria compreendido que seu argumento para a imposição de tarifas ao Brasil "é frágil, não tem sustentação fática".

Ao anunciar que imporá tarifas comerciais ao Brasil, Trump alegou falsamente que os EUA têm um déficit comercial com o Brasil, quando na verdade o saldo é favorável aos Estados Unidos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem afirmado que buscará de todas as formas negociar para evitar a concretização da imposição de tarifas e delegou ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a liderança nas negociações. Alckmin tem se reunido com empresários e representantes do setor produtivo para tratar do tema.

Lula tem afirmado também que, caso não seja possível evitar as tarifas de Trump na mesa de negociação, recorrerá à reciprocidade para responder à taxação norte-americana.

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