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      Haddad: ‘hostilidade’ dos EUA tem o objetivo de “livrar a cara de golpistas”

      Ministro critica sanções dos EUA, afirma que medidas buscam reabilitar extrema direita e reforça que Brasil não abrirá mão da independência

      Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 29/01/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
      Otávio Rosso avatar
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      247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar neste sábado (23) as medidas do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. Em declaração feita durante reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília, Haddad classificou as ações como “hostis” e disse que elas têm como único objetivo “livrar a cara dos golpistas”. As informações foram publicadas pelo jornal O Globo.

      De acordo com o ministro, as mensagens trocadas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), reveladas pela Polícia Federal nesta semana, demonstram que os esforços de aliados nos EUA buscam favorecer diretamente a extrema direita brasileira. “O único objetivo é livrar a cara dos golpistas e não tem nenhuma outra finalidade essa hostilidade que não seja reabilitar a extrema direita no Brasil”, afirmou.

      Críticas à influência da extrema direita

      Haddad relatou que havia mantido negociações produtivas com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, durante encontro na Califórnia. Segundo ele, o processo foi interrompido por pressões de grupos ligados a Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e o blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo. Esses setores, de acordo com as investigações da PF, atuaram em lobby junto a Trump em busca de sanções contra autoridades brasileiras.

      As mensagens revelam que Jair Bolsonaro, Eduardo e o pastor Silas Malafaia discutiam como o tarifaço imposto pelos EUA poderia ser usado como instrumento de pressão política para aprovar uma anistia ampla, incluindo o próprio ex-presidente. Eduardo chegou a escrever ao pai que uma “anistia light”, limitada aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, faria cessar o apoio norte-americano, defendendo então uma medida que o incluísse.

      Defesa da soberania nacional

      Apesar das críticas, Haddad garantiu que o Brasil continua disposto a manter relações comerciais com os Estados Unidos. “Jamais passou pela cabeça abrir mão da parceria com os Estados Unidos, mas não nas condições que estão sendo colocadas”, destacou.

      O ministro lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre manteve “relações altivas, sérias e soberanas” com diferentes administrações norte-americanas, tanto democratas quanto republicanas. Para ele, o momento exige cautela: “O governo Trump é temporário e o Brasil e os Estados Unidos são estados nacionais permanentes”.

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