Gleisi cobra articulação de líderes pela cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro
Ministra afirma que não cabe apenas a Hugo Motta conduzir processo e defende ação imediata da Câmara
247 - A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, voltou a defender publicamente que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) seja cassado pela Câmara dos Deputados antes mesmo de acumular faltas que possam resultar em sua perda automática de mandato. Em entrevista à coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, a responsabilidade pela análise e condução do processo não deve ser atribuída somente ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
“A cassação do Eduardo não é atribuição apenas do presidente da Câmara. Ele já encaminhou os pedidos ao Conselho de Ética. Conversei com os líderes e disse que é preciso agir. O colégio de líderes precisa fazer esse movimento, se mover diante de tudo o que ele vem fazendo”, afirmou a ministra.
Na última sexta-feira (15), Hugo Motta encaminhou ao Conselho de Ética quatro pedidos de cassação contra Eduardo Bolsonaro que estavam parados na Mesa Diretora. A iniciativa foi considerada um passo importante, mas Gleisi insiste que cabe aos líderes partidários impulsionar o processo para que haja uma resposta rápida diante das acusações.
A ministra reforça que os indícios contra o parlamentar se tornaram ainda mais robustos com a divulgação de mensagens obtidas pela Polícia Federal, no âmbito da investigação que também indiciou Jair Bolsonaro (PL). Segundo a PF, Eduardo teria atuado para tentar interferir em julgamentos relacionados ao pai, o que, na visão de Gleisi, configuraria afronta direta aos interesses do país.
Eduardo Bolsonaro - que se encontra nos Estados Unidos - tem feito críticas às autoridades do Congresso. Em declarações recentes nos Estados Unidos, ele afirmou que tanto Hugo Motta quanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), estariam sujeitos a novas sanções impostas pela gestão do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caso não se empenhem na aprovação de projetos de anistia aos envolvidos em uma suposta trama de golpe de Estado e na saída do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal.