Eduardo Bolsonaro quer disputar 2026 para manter bolsonarismo
Deputado avalia candidatura com apoio de Jair Bolsonaro ou direto dos EUA após condenação do pai a 27 anos de prisão
247- Decidido a concorrer à Presidência da República em 2026, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já traça alternativas diante do novo cenário político que envolve seu pai, condenado a 27 anos de prisão. Segundo Bela Megale, do jornal O Globo, Eduardo considera duas possibilidades: uma aposta em anistia ampla aprovada pelo Congresso ou uma candidatura lançada a partir dos Estados Unidos, onde ele está desde fevereiro.
No plano considerado mais otimista, o parlamentar avalia que, caso o Congresso aprove um projeto de anistia e este não seja barrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro (PL) poderia apoiá-lo de forma direta na corrida ao Palácio do Planalto. Nesse cenário, Eduardo voltaria ao Brasil para a campanha.
Plano B: candidatura internacional
Caso a anistia não avance, Eduardo já discute com aliados a possibilidade de manter sua candidatura do exterior. Ele acredita que pode repetir a mobilização obtida por Jair Bolsonaro no 7 de setembro, quando o ex-presidente conseguiu engajamento popular mesmo sem presença física ou acesso às redes sociais. A estratégia, segundo auxiliares, seria capitalizar o apoio de bases bolsonaristas mesmo em território americano.
Apesar da confiança em sua capacidade de mobilização, Eduardo reconhece que o maior desafio é viabilizar juridicamente sua candidatura. Para disputar a Presidência, será necessário deixar o PL e se filiar a outra sigla. Além disso, o deputado é investigado por sua atuação nos Estados Unidos sob acusação de coação a autoridades, processo que pode levá-lo à inelegibilidade caso haja condenação no STF.
Obstáculos e cálculo político
Mesmo ciente de que a chance de derrota é considerável, Eduardo Bolsonaro já sinalizou a aliados que vê vantagens em se lançar. Segundo ele, a candidatura serviria para manter viva a chama do movimento que lidera e diferenciar-se do que chama de “direita permitida”. Também avalia que sua presença na disputa enfraqueceria as pretensões do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como principal representante da direita em 2026.
Outra aposta do parlamentar é que sua candidatura reduz o espaço para o surgimento de uma “nova via” que busque captar votos bolsonaristas. Com isso, ele espera consolidar-se como líder de um núcleo político próprio, capaz de, no futuro, estruturar um partido sob sua liderança.
Atualmente, a estratégia de Eduardo Bolsonaro gira em torno de dois caminhos claros: ou disputar com o aval direto do pai em solo brasileiro, caso a anistia avance, ou lançar-se como candidato do exterior, reforçando sua influência dentro do bolsonarismo mesmo diante dos riscos jurídicos que enfrenta.