Para cientista político, Trump vai interferir na eleição de 2026
Avaliação é de Paulo Roberto Leal, em entrevista à TV 247. Assista
Por Denise Assis (247) - Neste domingo, (14), o professor titular da UFJF e cientista político Paulo Roberto Figueira Leal conversou com o “Denise Assis Convida” sobre as perspectivas políticas do pós-julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado. Apesar de a entrevista ter acontecido ainda com a votação em andamento, o bate-papo levou em conta a tendência pela condenação (a despeito do voto do ministro Luiz Fux).
Para o acadêmico, há um certo distanciamento entre o julgamento e a opinião pública, que apesar de saber do que está acontecendo, não se envolve de maneira indignada. Por um lado, por não compreender a linguagem empolada dos ministros, que abusam do “jurisdiquês”. Por outro, porque a indignação quanto aos fatos políticos é mais forte nas gerações que vivenciaram a ditadura, acredita Leal.
“Nós não conseguimos passar para a juventude a crueza dos fatos daquela época. Falhamos em não transmitir, tal como houve no Chile e na Argentina, essa memória. Temos obrigação de resgatar essa época para eles”, reforça.
Sobre a perspectiva política do pós-julgamento, o professor vê uma consequência imediata entre o que está acontecendo agora e as eleições de 2026.
“De todo modo Bolsonaro vai ser um personagem importante nessa eleição. Não há como negar que ele terá forte influência na candidatura da direita. Condenado ou não, ele vai influir”, prevê.
Da mesma maneira, Paulo Leal vislumbra a interferência de Donald Trump no pleito.
“Não crio que ele vá impedir que as eleições se realizem, mas não reconhecer uma eventual vitória de Lula, é certo. É muito fácil para ele articular isso internacionalmente”, adverte.