Eduardo Bolsonaro cogita candidatura presidencial em 2026: "Se meu pai não puder disputar, eu gostaria de ser candidato"
Deputado afirmou que pode disputar a Presidência caso Jair Bolsonaro permaneça inelegível e voltou a criticar decisões do STF
247 - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou nesta sexta-feira (29), em entrevista ao portal Metrópoles reproduzida pela CNN Brasil, que pretende disputar a Presidência da República em 2026 caso seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, permaneça impedido de concorrer. Eduardo, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, também levantou a possibilidade de conduzir uma "campanha virtual" a partir do exterior.
Segundo o parlamentar, a permanência no Partido Liberal dependerá da movimentação política do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Caso ele se filie ao PL, avalia que não terá espaço na legenda. “Se o meu pai não puder se candidatar, eu gostaria de sair candidato. Se o Tarcísio vier para o PL, o que vai acontecer? Eu não terei espaço. Estou no meu terceiro mandato, sei como a banda toca. Eu teria que ir para outro partido”, afirmou.
Campanha à distância e alegações de perseguição
Desde março, Eduardo Bolsonaro pediu afastamento de 120 dias da Câmara, mas, mesmo com o término da licença em julho, não retornou ao Brasil. Agora, ele solicitou formalmente ao presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), autorização para exercer o mandato remotamente dos EUA, alegando perseguição política. “Acho que o ideal é a gente pressionar o Hugo Motta para que seja dada uma solução. A solução tecnológica já existe. Eu consigo perfeitamente exercer o meu mandato à distância”, declarou.
O parlamentar também disse que, se necessário, pretende organizar a primeira campanha presidencial totalmente virtual no país, mas acredita que até 2026 uma anistia política poderá alterar o cenário jurídico.
Relações com Donald Trump e sanções econômicas
Eduardo Bolsonaro é investigado pelo Supremo Tribunal Federal em um inquérito que apura articulações contra a soberania nacional e apoio a sanções norte-americanas contra o Brasil. Ele admite ter levado ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, uma proposta de sanções individuais contra o ministro Alexandre de Moraes. No entanto, Trump decidiu impor sobretaxas de 50% sobre produtos brasileiros. “Ele [Trump] optou por fazer as tarifas. Eu confio no presidente Trump, acho que ele tem muito mais experiência nesse ponto do que eu”, afirmou o deputado.
Críticas e processo no Conselho de Ética
Na quinta-feira (28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro. “Ele não pode exercer o mandato dele. Eu já falei com o presidente Hugo Motta e com vários deputados que é extremamente necessário cassar o Eduardo Bolsonaro, porque ele vai passar para a história como o maior traidor da história desse país”, disse Lula em entrevista.
No último dia 15, o Conselho de Ética da Câmara recebeu quatro representações contra o parlamentar — três do PT e uma do PSOL — por quebra de decoro. As ações pedem investigação e possível cassação do mandato, sob a acusação de conspiração contra o Judiciário e apoio a medidas externas de retaliação ao Brasil.