Eduardo Bolsonaro aluga carro com verba da Câmara enquanto já vivia nos EUA
Deputado usou recursos públicos para contratar veículo em Brasília, mesmo após ter se mudado para os Estados Unidos
247 - Uma apuração da colunista Andreza Matais, do portal Metrópoles, revelou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) utilizou verba da Câmara dos Deputados para alugar um carro em Brasília enquanto já estava residindo nos Estados Unidos. O contrato de locação do veículo, um Jeep Commander, foi firmado nos meses de fevereiro e março por R$ 8 mil mensais, apesar de o parlamentar ter deixado o Brasil em 10 de fevereiro.
O carro foi alugado junto à empresa Novacar Locadora de Veículos Ltda., que pertence a um ex-assessor de Eduardo, Joel Novaes da Fonseca. A firma não possui site, nem presença em redes sociais, e o endereço informado nas notas fiscais corresponde, na prática, a um coworking em Brasília. A reportagem esteve no local e foi informada de que a Novacar utiliza o espaço apenas como endereço fiscal, sem presença física ou atendimento ao público.
Joel Novaes tem histórico de atuação próxima à família Bolsonaro. Além de ter trabalhado diretamente com Eduardo, também foi assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro na Câmara e chegou a ocupar cargo de assessor especial no Palácio do Planalto. Enquanto ainda atuava no governo, a família de Joel já mantinha negócios no ramo de locação de veículos para parlamentares. À época, a empresa operava sob o nome Locar1000, registrada em nome da esposa e da filha dele.
Empresa já era conhecida por atender parlamentares bolsonaristas
Desde a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência, a Novacar se tornou uma das empresas preferidas por deputados do PL para locação de automóveis. Em 2022, o próprio Metrópoles já havia investigado a atuação da empresa, então registrada em nome de dois militares da reserva: Ricardo Roberto Boeira e Antonio Luiz Veneu Jordão.
Apesar de Eduardo estar fora do país durante a vigência do contrato com a Novacar, o seu gabinete continuou a solicitar reembolsos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), conhecida como “Cotão”, para despesas com combustíveis e pedágios. A CEAP permite que assessores façam uso desses recursos, desde que as despesas estejam vinculadas a atividades parlamentares.
As notas fiscais emitidas nos meses de fevereiro e março — respectivamente nos dias 4 e 5 — tiveram parte do valor glosado pela Câmara dos Deputados, que recusou o reembolso de R$ 2.666,66 em cada uma, o equivalente a um terço do valor total. A revelação inicial do caso foi feita pelo jornalista Hugo Souza em seu blog, e posteriormente confirmada pelo Metrópoles.
A reportagem procurou Eduardo Bolsonaro para se posicionar sobre o caso, tanto por meio da assessoria de imprensa quanto diretamente. Até o momento, não houve retorno.
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