Eduardo Bolsonaro admite que não volta ao Brasil por medo de ser preso
Deputado diz atuar dos EUA para pressionar por anistia e sanções contra autoridades brasileiras, mantém mandato e cogita décadas de exílio
247 – Em entrevista à coluna de Bela Megale, no O Globo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) admitiu que não pretende retornar ao Brasil enquanto não houver uma anistia ampla para os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar declarou de forma direta: “Se eu retornar, sei que vou ser preso”. Segundo ele, o objetivo é pressionar autoridades americanas e o governo de Donald Trump para impor novas sanções ao Brasil, em resposta ao que chama de “perseguição de Alexandre de Moraes”, ministro do Supremo Tribunal Federal.
O deputado comentou sobre o tarifaço de 50% imposto por Trump contra produtos brasileiros, que pode gerar perdas de R$ 19 bilhões no PIB e reduzir exportações em US$ 54 bilhões, segundo estudo da CNI. Para Eduardo, o custo econômico é um “sacrifício a ser feito” em nome da anistia, e ele considera que a responsabilidade pelo impacto econômico “é do conjunto da obra liderada por Moraes”. Ele afirmou que não tenta desautorizar Trump e que confia em seu “sucesso empresarial e político” para conduzir a pressão contra o Brasil.
Eduardo Bolsonaro disse não ter recebido queixas do setor do agronegócio, um dos mais afetados pelas tarifas. “Até agora nenhum fazendeiro ou produtor agrícola me ligou para dizer que eu deveria parar com as minhas ações. Pelo contrário, tenho recebido parabéns e tido muito apoio nas redes sociais”, declarou. O deputado destacou que seu engajamento digital cresce rapidamente, afirmando ter ganho cerca de 100 mil seguidores a cada dois ou três dias.
Exílio, mandato e possível candidatura
O parlamentar reforçou que aceita o risco de viver “décadas em exílio” se não obtiver vitória política. “Ou saio vitorioso e volto a ter uma atividade política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio”, disse. Apesar de estar fora do país, ele garante que não renunciará ao mandato e estuda enviar um ofício à Câmara para registrar oficialmente sua impossibilidade de voltar ao Brasil por perseguição política. Ele também não descarta, em caso de anistia e apoio do pai, disputar a Presidência da República em 2026.
Eduardo Bolsonaro concentra suas críticas em Alexandre de Moraes, a quem chamou de “psicopata”, defendendo que a retirada do ministro do Supremo seria suficiente para “resgatar a normalidade democrática” no país. Segundo ele, outros ministros do STF não estariam na mesma categoria e ainda seria possível construir pontes de diálogo se o Congresso votar uma anistia.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: