Edinho Silva afirma que Brasil não pode ser "puxadinho dos EUA" e defende criação de novos blocos comerciais
Novo presidente do PT critica tarifaço de Donald Trump e propõe agenda partidária com foco em segurança pública, saúde e tarifa zero no transporte
247 - O novo presidente nacional do PT, Edinho Silva, eleito neste mês de julho, afirmou nesta quarta-feira (16) que o “Brasil não é um puxadinho dos Estados Unidos” e defendeu a ampliação das relações comerciais do país com outras nações diante do atual cenário internacional. Segundo o Estadão Conteúdo, Edinho avalia que o Brasil precisa reagir com autonomia à guerra comercial promovida pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
“Evidente que também essa crise diplomática demonstra que temos que fortalecer a nossa concepção de formação de blocos comerciais e que também a gente consiga colocar na mesa os países que defendem a democracia, para que essa prática do governo Trump não seja normalizada”, declarou.
O dirigente também comparou o conjunto de medidas econômicas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos a um cenário de confrontação global. “As ações de Trump são uma tentativa de construir uma 'Terceira Guerra Mundial' por meio de medidas econômicas”, afirmou, ressaltando a gravidade da política adotada por Washington.
Ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva também apresentou os temas que considera prioritários para o novo ciclo do Partido dos Trabalhadores. Entre os pontos destacados estão a reforma política eleitoral, o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o enfrentamento à mudança climática, a revisão da jornada 6x1 de trabalho, a proposta de tarifa zero no transporte público e a segurança pública — esta última, com ênfase especial. “É urgente que possamos aprofundar o debate de segurança pública. A sociedade está dizendo isso”, afirmou.
Edinho também anunciou que pretende promover uma reformulação no estatuto partidário, incorporando debates sobre renovação da militância, limitação de mandatos e fortalecimento da organização de base.
A eleição interna do partido, conhecida como Processo de Eleição Direta (PED), foi a maior já realizada, segundo o próprio PT, com aproximadamente 550 mil votos de filiados em todo o Brasil. Edinho Silva foi eleito com ampla vantagem, alcançando 378 mil votos — o equivalente a 73,1% do total.
A corrente interna majoritária, a Construindo um Novo Brasil (CNB), mais uma vez saiu vitoriosa, com a tese intitulada “Derrotar a extrema direita e avançar na construção de um novo Brasil”.
Edinho superou outros três concorrentes, todos representantes de alas mais à esquerda do partido: Romênio Pereira, secretário de relações internacionais (58,8 mil votos, 11,4%); o ex-presidente da legenda e deputado federal Rui Falcão (57,7 mil votos, 11,2%); e Valter Pomar, diretor da Fundação Perseu Abramo (22,5 mil votos, 4,4%).
No próximo dia 27, o PT realizará o segundo turno das eleições internas para a definição das presidências dos diretórios estaduais no Paraná, Tocantins, Santa Catarina, Rondônia e Rio Grande do Sul, além de disputas em nível municipal.
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