Diretor da PF reage a ameaças de Eduardo Bolsonaro: "nenhum investigado intimidará a Polícia Federal"
Andrei Passos Rodrigues afirma que declarações do deputado serão incluídas em inquérito por obstrução de Justiça e ataque ao Estado Democrático de Direito
247 - O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou neste domingo (20) que irá incorporar as recentes declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao inquérito em curso que apura a conduta do parlamentar. As investigações tratam de suposta obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
“Recebi com indignação mais essa covarde tentativa de intimidação aos servidores policiais”, afirmou Rodrigues à CNN Brasil, classificando as falas de Eduardo como uma ofensiva direta contra os agentes da PF. Segundo o delegado, a Polícia Federal adotará as “providências legais cabíveis” diante da conduta do parlamentar. “Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal”, acrescentou.
Ainda de acordo com o diretor-geral, a corporação irá reforçar os autos do inquérito com o novo episódio. “Vamos instruir o inquérito em andamento com mais esse ataque às instituições (agora diretamente à PF), fato que se soma aos demais sob investigação”, pontuou.
As declarações de Eduardo Bolsonaro ocorreram durante uma transmissão ao vivo realizada em suas redes sociais, no mesmo dia em que terminou sua licença de 120 dias da Câmara dos Deputados. Na live, o parlamentar atacou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e dirigiu insultos a delegados da Polícia Federal, chegando a chamar um deles de “cachorrinho”.
Em tom de ameaça, Eduardo afirmou: “Se eu ficar sabendo quem você é, vou me mexer. Vai lá, coleguinha da Polícia Federal. Cachorrinho da Polícia Federal que está me assistindo. Deixa eu saber não, irmão. Se eu ficar sabendo quem é você, eu vou me mexer aqui. Se eu ficar sabendo quem você é, vou me mexer”.
O deputado também citou nominalmente o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável pelos principais inquéritos que levaram ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente. O couro é duro, a guerra não acabou, vai vir mais sacrifício aí pela frente. Eu sei disso, mas eu tô disposto a ir até as últimas consequências. Será que o Barroso tá?”, disparou.
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde fevereiro. Em março, anunciou que tiraria uma licença de suas atividades parlamentares. Caso não retorne ao Brasil após o fim do afastamento formal, poderá enfrentar punições por ausências nas sessões plenárias.
Além do inquérito da PF, o parlamentar também é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apura se ele atuou nos EUA para interferir em processos judiciais envolvendo o pai,Jair Bolsonaro (PL), e outras autoridades brasileiras. Há também registros de declarações públicas de Eduardo contra o STF, o que reforça a suspeita de tentativa de deslegitimar as instituições democráticas.
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