HOME > Brasil

Dasa arrecada R$ 700 mi com venda na Argentina

Empresa vendeu laboratórios ao grupo Swiss Medical e segue plano de desalavancagem

Núcleo Técnico Operacional da Dasa (Foto: Divulgação/Dasa)

247 - A Dasa concluiu a venda de seus ativos na Argentina e da Mantris, empresa de saúde ocupacional, levantando R$ 700 milhões. A maior parte dos recursos veio da transação com o grupo argentino Swiss Medical, que adquiriu a operação de laboratórios por cerca de R$ 600 milhões, valor equivalente a cinco vezes o EBITDA.

De acordo com informações do Brazil Journal, o negócio envolveu todos os oito laboratórios da marca Diagnóstico Maipú, além da unidade da Labmedicina. Uma fonte próxima ao processo afirmou que a disputa foi acirrada e contou com interesse de grupos internacionais de diagnóstico e também do setor financeiro. “Pelo momento em que se encontra a Argentina, foi um bom negócio. Se pegar o múltiplo do Fleury, por exemplo, o número foi próximo – e sempre se espera um desconto pelo fato do ativo estar na Argentina”, disse essa fonte.

Contexto da operação

A Dasa havia ingressado no mercado argentino em 2019, ao adquirir a rede Diagnóstico Maipú, primeira operação laboratorial fora do Brasil. Dois anos depois, a empresa da família Bueno comprou a Labmedicina. No segundo trimestre deste ano, a operação internacional, restrita à Argentina, registrou receita de R$ 118 milhões, queda de 2% em comparação ao mesmo período de 2024.

O processo de venda foi iniciado há quatro meses, quando o cenário econômico argentino mostrava maior estabilidade. No entanto, com o agravamento recente da crise no país vizinho, a decisão foi vista internamente como estratégica para preservar valor e dar continuidade ao plano de redução do endividamento.

Redução da alavancagem

A companhia vem adotando uma série de medidas para reduzir sua dívida. Em abril de 2024, firmou com a Amil uma joint-venture que criou o segundo maior grupo hospitalar do país, atrás apenas da Rede D’Or, transferindo R$ 3,85 bilhões em passivos para a nova empresa. Antes disso, houve um aumento de capital de R$ 1,6 bilhão liderado pela família Bueno e pelo BTG Pactual, seguido por mais R$ 1 bilhão aportado pelos Bueno no fim de 2024.

Essas iniciativas reduziram a alavancagem da Dasa de 4,2 vezes em 2024 para 2,8 vezes no segundo trimestre de 2025. Apesar do avanço, o mercado segue cético quanto à recuperação da companhia: as ações acumulam queda de 52% nos últimos 12 meses, com valor de mercado de R$ 1,6 bilhão.

O BTG Pactual atuou como assessor financeiro da operação, que contou ainda com suporte jurídico do escritório Stocche Forbes.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...