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      Brasil corre para aprovar marco dos minerais estratégicos até novembro

      Governo e Congresso articulam proposta unificada para garantir segurança jurídica e atrair capital estrangeiro antes da conferência climática em Belém

      Minério bruto de terras raras esperando para ser processado na Vital Metals em Saskatoon, Saskatchewan, Canadá, 16 de janeiro de 2023 (Foto: REUTERS/Nayan Sthankiya)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - O Brasil deve estabelecer, até novembro, uma política nacional voltada aos chamados minerais críticos e estratégicos, considerados peça central nas negociações comerciais com os Estados Unidos e no enfrentamento à tarifa de 50% imposta por Washington. A iniciativa conta com propostas tanto do Executivo quanto do Legislativo, que têm sido pressionados pelo setor privado por um marco regulatório claro. Segundo fontes ouvidas pela CNN Brasil, a tendência é que os dois textos em discussão sejam unificados em um projeto só. As informações são da CNN Brasil

      No Executivo, a proposta em fase embrionária ganhou o codinome MEL – sigla para “Minerais para Energia Limpa”. Um rascunho de decreto presidencial já foi redigido e circula entre autoridades e representantes do setor produtivo, que contribuem com sugestões de aprimoramento. O texto amplia o uso estratégico desses minerais para além da transição energética, abrangendo também a segurança alimentar. Além disso, prevê o envolvimento de bancos públicos e agências de fomento na concessão de crédito para projetos voltados à pesquisa, extração e transformação desses recursos.

      Em paralelo, tramita na Câmara o projeto de lei 2780/24, de autoria do deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), cujo relator na Comissão de Desenvolvimento Econômico é o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). O texto propõe, entre outros pontos, incentivos tributários para empreendimentos que atuam no setor de minerais estratégicos.

      Nos bastidores, de acordo com a reportagem, parlamentares demonstram incômodo com a movimentação do governo federal, que, segundo eles, tenta “reivindicar a paternidade” de um tema que já está em debate no Congresso. Ainda assim, há consenso entre Executivo, Legislativo e setor privado sobre a importância de aprovar um marco legal antes da realização da COP30, prevista para novembro, em Belém (PA).

      A expectativa é que o relator apresente, em agosto, um substitutivo que incorpore sugestões do governo. De acordo com interlocutores envolvidos nas negociações, a proposta deve avançar sem resistência nas duas Casas do Congresso.

      A urgência brasileira ocorre em meio a uma corrida internacional por minerais raros, insumos fundamentais para a fabricação de baterias, semicondutores e tecnologias de ponta. Em um cenário de crescente demanda por soluções energéticas limpas, esses recursos ganham ainda mais relevância no contexto da COP30, que terá entre seus eixos a transição energética.

      Representantes do setor mineral no Brasil veem na conferência climática uma oportunidade estratégica para exibir o potencial nacional na produção e transformação de minerais críticos e atrair investidores internacionais. Parte do discurso que o Brasil pretende levar à mesa envolve a preocupação com a concentração da cadeia produtiva desses recursos nas mãos da China.

      Segundo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA), o país asiático responde por mais de 80% da capacidade global de produção de células de bateria, além de processar mais da metade do lítio e do cobalto disponíveis no mercado mundial. A dependência de Pequim nesse segmento representa, segundo a IEA, um risco tanto geopolítico quanto logístico.

      A redução da influência chinesa é uma das prioridades da atual gestão de Donald Trump nos Estados Unidos. E são justamente os norte-americanos os principais interessados nos minerais brasileiros, que hoje são majoritariamente exportados para a China – responsável por cerca de 70% das vendas externas do setor.

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