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BNDES conclui que é mais econômico concluir Angra 3

Estudo enviado ao Ministério de Minas e Energia aponta que encerrar as obras da usina custaria mais caro que finalizá-las

Angra 3 (Foto: Eletrobras/Divulgação)

247 - A Eletronuclear informou, em nota divulgada na quarta-feira (5), que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concluiu a atualização dos estudos econômico-financeiros sobre a usina nuclear de Angra 3. O relatório indica que a conclusão do empreendimento é financeiramente mais vantajosa do que o abandono do projeto. As informações foram publicadas originalmente pela Agência iNFRA.

Segundo a estatal, o levantamento encaminhado ao Ministério de Minas e Energia (MME) na terça-feira (4) aponta um custo estimado de R$ 23,9 bilhões para finalizar as obras, enquanto o abandono poderia gerar despesas de até R$ 26 bilhões. A decisão final sobre o destino da usina caberá ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que deve se reunir ainda em 2025.

A Eletronuclear destacou que o relatório do BNDES também menciona possíveis ganhos financeiros que podem reduzir o custo total do projeto. “O documento do BNDES também aponta que eventuais ganhos financeiros, como deságio na contratação do EPCista, melhores condições de crédito nas emissões de dívida e incentivos tributários em discussão no Congresso Nacional — como o Renuclear — poderão contribuir para reduzir os custos finais do empreendimento”, informou a empresa.

O tema já foi discutido em três reuniões do CNPE. Na última, o conselho solicitou ao BNDES a atualização dos estudos, que incorporaram novos custos decorrentes do atraso na deliberação. Por causa dessa demora, o banco de fomento calculou um acréscimo de R$ 75 por megawatt-hora (MWh) na tarifa média da energia produzida pela usina, atualmente estimada entre R$ 778 e R$ 817 por MWh.

Em outubro de 2024, a Axia Energia — antiga Eletrobras — vendeu sua participação na Eletronuclear para a Âmbar Energia, empresa do Grupo J&F, controlado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista. O negócio foi avaliado em R$ 535 milhões, incluindo a transferência das garantias de empréstimos que antes estavam sob responsabilidade da Axia.

O projeto de Angra 3, localizado em Angra dos Reis (RJ), é o mais ambicioso empreendimento nuclear do país e está paralisado desde 2015. O novo estudo do BNDES reforça o argumento de que a retomada das obras é economicamente viável, reacendendo o debate sobre o papel da energia nuclear na matriz energética brasileira.

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