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J&F vira 6ª maior geradora de energia após comprar parte da Eletronuclear

Com a Aquisição de 68% do capital total da Eletronuclear, a Âmbar Energia passa a somar 50 usinas, com capacidade instalada de 6,5 gigawatts (GW)

Angra 1 e 2 batem recorde histórico de produção de energia (Foto: Divulgação)

247 - A Âmbar Energia, empresa do grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, anunciou a compra de 68% do capital total da Eletronuclear. A operação garante ao grupo posição estratégica no setor energético brasileiro e o coloca entre os principais players da geração elétrica. A aquisição inclui a operação das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, além do projeto Angra 3, ainda inacabado. 

Com esse movimento, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Âmbar passa a somar 50 usinas, com capacidade instalada de 6,5 gigawatts (GW), assumindo a sexta posição no ranking de geração do País, atrás apenas de Eletrobras, Engie, Auren, CTG e Copel.

Posição inédita no setor nuclear

Com o negócio, a Âmbar se torna a única empresa privada com presença no setor nuclear brasileiro. O presidente da companhia, Marcelo Zanatta, ressaltou a importância estratégica da compra. “Seremos o único player privado com posição no setor nuclear, uma fonte que ganha força em todo o mundo por equilibrar a necessidade do setor de tecnologia por energia firme com a redução das emissões de gases do efeito estufa”, afirmou ao Estadão/Broadcast, de acordo com a reportagem.

Estratégia de diversificação

O grupo J&F já atua em diversas fontes, como solar, hídrica, biodiesel, biomassa, biogás, gás natural e carvão. Muitas dessas usinas foram adquiridas em momentos de desinvestimento de outras empresas.

Segundo Zanatta, a estratégia foi percebida em 2021, quando a Âmbar comprou a usina termelétrica de Uruguaiana, do grupo argentino Saesa. “Naquele momento, percebemos que estávamos no início de uma onda de desinvestimentos e de consolidação no segmento de geração e nos preparamos financeira e operacionalmente para aproveitá-la”, explicou.

A companhia aguarda ainda a aprovação para adquirir quatro termelétricas a óleo combustível em Roraima, além de já ter assumido ativos relevantes, como a termelétrica Santa Cruz e a usina a carvão Candiota, anteriormente da Eletrobras.

O impasse de Angra 3

Entre os principais desafios da operação está o futuro de Angra 3. Um estudo do BNDES estimou que a conclusão da usina exigiria R$ 23 bilhões adicionais, enquanto a desmobilização custaria R$ 21 bilhões. A tarifa necessária para viabilizar a retomada foi calculada em R$ 653,31 por megawatt-hora, considerada pouco atrativa por especialistas.

O Conselho Nacional de Política Energética determinou a atualização dos estudos, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a decisão sobre o destino de Angra 3 deverá ser tomada ainda em 2025.

Perspectivas no setor elétrico

O avanço da Âmbar ocorre em meio à preparação do governo para um leilão em 2026, voltado à contratação de potência de termelétricas, fundamentais para suprir a demanda em horários de pico.

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