Bivar acusa presidente do União Brasil de vender diretórios em troca de propina
Deputado afirma que Antonio Rueda comandava “negociatas” em apartamento em São Paulo; líder do partido nega e chama acusações de “delírios”
247 - O deputado federal Luciano Bivar (PE), ex-presidente do União Brasil, acusou nesta terça-feira (12) o atual líder da sigla, Antonio Rueda, de negociar o controle de diretórios estaduais e municipais em troca de dinheiro. As declarações foram dadas em entrevista à Folha de S. Paulo.
Ainda de acordo com o jornal, Rueda deve assumir a presidência da federação entre União Brasil e PP, que se tornará a maior força do Congresso Nacional, reunindo 109 deputados federais e 14 senadores. Em resposta, ele negou as acusações, classificando-as como “delírios e calúnias”.
Segundo Bivar, as “negociatas” ocorriam em um apartamento alugado em São Paulo “para receber encomendas”. “Em troca [dos diretórios], ele recebia propinas, e eu não acreditava que aquilo era verdade. Me penitencio muito por isso, porque não faltavam sinais, não faltavam denúncias, mas como eu já o conhecia há 20 anos — ou melhor, pensava que eu conhecia há 20 anos —, não acreditava”, afirmou o parlamentar.
Questionado sobre por que não denunciou antes, respondeu: “Não tenho prova, mas eu tenho absoluta certeza. Já presenciei negociatas dele no hotel onde ele se hospedava”.
Ruptura política e acusações
Bivar e Rueda mantinham uma relação política de mais de duas décadas. O deputado contratou o advogado para suas empresas e foi responsável por sua entrada na política. O rompimento ocorreu quando o grupo que controlava o antigo DEM se aliou a Rueda para tomar o comando do União Brasil, afastando Bivar em abril do ano passado. Bivar afirma que deixará a legenda até abril para se filiar a outra sigla.
Em nota enviada à Folha, Rueda afirmou que as falas do ex-aliado “não merecem crédito” e atacou o histórico político de Bivar. “Com pesar, digo que a trajetória do sr. Luciano Bivar fala por si: foi rejeitado nas urnas, afastado pela Justiça, responde a processos e agora recorre a delírios e calúnias para tentar justificar sua irrelevância política. Lembro que, há pouco mais de um ano, ele chegou ao ponto de ameaçar de morte minha filha, que na época tinha apenas 12 anos. Esse episódio, por si só, revela quem ele realmente é — e o descredibiliza para a política e para qualquer brasileiro de bem”, disse.