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      União Brasil decide romper com governo Lula e entregará ministérios em setembro

      Partido prepara saída do governo e não apoiará Lula em 2026; ministros serão pressionados a deixar os cargos

      Antônio Rueda (Foto: Reprodução/CNN)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - A cúpula do União Brasil definiu sua saída do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e comunicou que devolverá dois dos ministérios ocupados pela legenda. A decisão,segundo a coluna da jornalista Andreza Matais, do Metrópoles, deve ser formalizada até setembro e marca o rompimento definitivo da sigla com o Palácio do Planalto.

      Dos três ministros hoje ligados ao União Brasil, apenas Celso Sabino (Turismo) é filiado ao partido. Segundo apuração da coluna, ele corre risco de ser expulso da legenda caso insista em permanecer no cargo como nome de confiança pessoal do presidente Lula. Outro nome que deverá deixar o governo é Frederico Siqueira, atual ministro das Comunicações. Embora não seja filiado a nenhuma sigla, sua nomeação foi uma imposição direta do União Brasil — e com a decisão do partido, ele também será orientado a se afastar.

      A exceção é Waldez Góes, ministro da Integração Nacional. Filiado ao PDT, ele se mantém no cargo graças ao apadrinhamento do presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP). A influência de Alcolumbre é tamanha dentro da legenda que nem o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, interfere em seus espaços no governo.

      A debandada do partido acentua as dificuldades da base aliada na Câmara. O União Brasil conta com 59 deputados federais, sendo a terceira maior bancada da Casa — atrás apenas do PL (99) e do PT (67). Sem o apoio do partido, Lula enfrentará obstáculos ainda maiores para aprovar propostas importantes, especialmente aquelas voltadas à viabilização de sua tentativa de reeleição em 2026.

      Ainda de acordo com a reportagem, a decisão de sair do governo está ligada à certeza de que a legenda não apoiará Lula no próximo pleito presidencial. Essa postura, no entanto, já estava desenhada desde abril, quando o União Brasil selou uma federação com o Progressistas (PP), partido que faz oposição sistemática ao governo. A federação exige que ambos apoiem o mesmo candidato à Presidência.

      O estopim para a saída antecipada foi a repercussão de uma fala de Antonio Rueda durante evento da XP Investimentos em São Paulo. O presidente do União Brasil criticou duramente o governo federal, dizendo que à gestão Lula falta “coragem” e “seriedade”. Rueda também defendeu publicamente a substituição do petista em 2026.

      Na mesma ocasião, Rueda responsabilizou Lula pelas tarifas de importação impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contrariando a narrativa do governo, que atribui o aumento de tarifas às ingerências de Jair Bolsonaro e aliados junto ao governo estadunidense. “O que a gente imagina é que esse campo, da centro-direita, vai se unificar em torno de uma candidatura. Hoje você já ouve falar muito do Tarcísio, do Ratinho, do Zema e do próprio Caiado, que é o nosso pré-candidato. E eu enxergo que esse movimento vai ser mais eficaz”, afirmou.

      A repercussão negativa no Planalto foi imediata. Cinco dias após as declarações, o presidente Lula convocou os três ministros ligados ao União para uma reunião fora da agenda e condicionou a permanência dos ministros ao apoio efetivo do partido no Congresso Nacional.

      A resposta de Rueda veio por meio das redes sociais. Na sexta-feira (2), ele publicou uma mensagem em tom de enfrentamento: “o compromisso do União não é com cargos ou conveniências, é com princípios. Seguiremos apoiando o que for certo e denunciando os erros, sem medo de desagradar. Independência não se negocia.” 

      “O União nunca vai se furtar à crítica, à autonomia ou à responsabilidade com o que realmente importa: o país. Quando decisões se afastam do interesse público, como tem frequentemente ocorrido no governo, o silêncio não é uma opção”, concluiu.

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