Após ser alvo da PF, Malafaia admite possibilidade de prisão: "tudo é possível"
Pastor bolsonarista, porém, afirma que não teme ser preso após operação da PF e acusa ministro do STF de perseguir opositores
247 - O pastor evangélico Silas Malafaia voltou a protagonizar ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após ser alvo de uma operação da Polícia Federal que resultou na apreensão de seu celular, passaporte e anotações pessoais, nesta quarta-feira (20). Em entrevista à Folha de S.Paulo, Malafaia reconheceu a possibilidade de ser preso, mas afirmou não ter medo dessa hipótese.
“Tudo é possível em relação a esse ditador, mas eu não tenho medo disso”, declarou o líder religioso, que passou a usar um novo número de telefone após a operação. Segundo ele, Moraes estaria “no último suspiro” de poder, apostando em uma “justiça divina” para que o ministro venha a “cair”.
O pastor acusa o ministro Alexandre de Moraes de ser o “maior responsável” pelas recentes sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, incluindo a elevação de tarifas sobre produtos nacionais. Em suas falas, Malafaia classificou a retenção de seu passaporte como “aberração” e criticou a divulgação de conversas privadas interceptadas, entre elas uma troca de mensagens em que chamou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de “idiota” ao conversar com Jair Bolsonaro (PL). “Eu estava em Portugal, se quisesse fugir não voltava. Alguns amigos me disseram: ‘não volta, não’”, afirmou ao rebater o confisco do documento.
Segundo a Polícia Federal, Malafaia teria atuado em articulação com outros investigados, como Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para coordenar estratégias de intimidação contra o STF. A corporação afirma que o objetivo do grupo seria “coagir membros da cúpula do Poder Judiciário, de modo a impedir que decisões judiciais contrariassem os interesses ilícitos do grupo criminoso”.
Entre os materiais apreendidos, além do passaporte e do celular, estavam cadernos que, de acordo com Malafaia, continham apenas anotações teológicas e roteiros para vídeos divulgados em suas redes sociais.