Após revogação, EUA liberam visto de Lewandowski para Assembleia da ONU
Visto do ministro da Justiça havia sido revogado em meio às sanções impostas pelo governo Trump como forma de interferir no julgamento de Jair Bolsonaro
247 - O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, teve seu visto liberado pelos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o UOL, a decisão ocorre após um impasse diplomático e segue o acordo firmado em 1947 entre a ONU e o governo estadunidense, que obriga os EUA a conceder vistos "sem custo e o mais rápido possível" a todas as delegações oficiais que participam de reuniões nas Nações Unidas.
O visto do ministro havia sido revogado em meio às sanções impostas ao Brasil e a integrantes do Judiciário brasileiro pelo presidente dos EUA, Donald Trump, devido ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ação penal sobre o planejamento de um golpe de Estado. O ex-mandatário foi condenado a 27 anos e três meses de prisão.
Obrigação dos EUA em conceder vistos para a ONU
O tratado de 1947 impede que autoridades americanas recusem entrada a representantes de países membros quando se trata de compromissos oficiais da ONU. A medida garante a participação de Lewandowski, que inicialmente havia enfrentado obstáculos na liberação.
Situação de Alexandre Padilha segue indefinida
Enquanto Lewandowski já tem presença confirmada, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, segue sem visto. Desde 2024, ele enfrenta restrições, que recentemente se estenderam à sua esposa e à filha, alvos de sanções impostas no mês passado. Com ironia, Padilha comentou: "Eu não tenho intenção nenhuma de ir para a Disney", ao minimizar a polêmica sobre as sanções.
Haddad e Marina Silva já estão autorizados
Outros ministros do governo Lula conseguiram a liberação sem grandes contratempos. Fernando Haddad, da Fazenda, teve o visto autorizado na última semana, enquanto Marina Silva, do Meio Ambiente, já estava com a documentação regularizada para viajar a Nova York.
EUA preparam novas sanções contra o Brasil
Em paralelo, a relação entre Brasília e Washington deve enfrentar novos atritos. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, declarou à Fox News que novas sanções serão anunciadas em resposta à condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, decisão que ainda admite recurso. Rubio afirmou que as medidas devem ser divulgadas na próxima semana, aumentando a tensão diplomática às vésperas da participação de Lula na Assembleia Geral da ONU.