Padilha ironiza possibilidade de não receber visto para entrar nos EUA: “tô nem aí”
Ministro da Saúde afirmou priorizar votações no Congresso e minimizou impasse com governo americano sobre visto
247 - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ironizou nesta terça-feira (16) a demora na resposta dos Estados Unidos sobre o pedido de visto para participar da Assembleia-Geral da ONU, prevista para a próxima semana. A declaração foi publicada pelo jornal O Globo.
Em tom descontraído, Padilha afirmou que não está preocupado com a autorização para ingressar em território americano. “Igual aquela música: ‘Tô nem aí’. Só fica preocupado com isso quem quer ir para os Estados Unidos, eu não quero ir. Só fica preocupado com isso quem quer sair do Brasil, ir para lá fazer lobby de traição da pátria, como alguns estão fazendo”, disse o ministro ao ser questionado por jornalistas durante evento oficial em Brasília.
Impasse com o governo dos EUA
O governo americano cancelou os vistos da esposa e da filha de Padilha após críticas públicas feitas por ele à administração do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O visto pessoal do ministro já estava vencido desde 2024. Entretanto, ao solicitar renovação, o pedido foi recusado em razão de sua participação na criação do programa Mais Médicos, que contou com a presença de profissionais cubanos.
Diante do impasse, Padilha ainda não confirmou se viajará para Nova York. Segundo ele, sua prioridade neste momento é acompanhar a tramitação no Congresso da Medida Provisória que institui o programa Agora Tem Especialistas, voltado para ampliar a presença de médicos em áreas carentes do país.
Agenda interna como prioridade
As declarações ocorreram durante o lançamento da integração do Cartão Nacional de Saúde (CNS) com o CPF, que busca unificar informações de pacientes em todo o sistema de saúde brasileiro.
No mês anterior, o ministro havia reconhecido que poderia comparecer à Assembleia da ONU com base em um acordo internacional. O tratado obriga o país-sede a garantir a entrada de autoridades convidadas oficialmente pela organização. “Existe o acordo de sede. Quem hospeda um organismo do sistema ONU precisa assegurar o acesso às autoridades credenciadas. Mas a decisão sobre minha ida dependerá do cenário interno”, declarou Padilha à época.