Aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes é um ato “violento e arrogante”, diz Gleisi
Ministra manifesta “repúdio total do governo Lula a mais esse absurdo” e condena “traição” do clã Bolsonaro
247 - A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), classificou como "violenta e arrogante" a nova sanção imposta pelo governo de Donald Trump ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (30), Gleisi também acusou a família Bolsonaro de traição ao país e reafirmou o apoio do governo Lula ao Judiciário brasileiro.
"A nova sanção do governo Trump ao ministro Alexandre de Moraes é um ato violento e arrogante. Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país", escreveu Gleisi. “Nenhuma Nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra. Solidariedade ao ministro e ao STF. Repúdio total do governo Lula a mais esse absurdo.”
A manifestação de Gleisi ocorre após os Estados Unidos, sob a liderança de Trump, incluírem Moraes na lista de indivíduos sancionados com base na Lei Global Magnitsky — instrumento jurídico que permite ao governo americano aplicar punições a estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. É a primeira vez que um integrante do STF é alvo dessa legislação.
As sanções podem resultar no congelamento de bens nos EUA, bloqueio de transferências em dólar, mesmo que feitas fora do território americano, e cancelamento de cartões de crédito emitidos por instituições dos Estados Unidos.
A medida é o mais recente episódio de uma escalada diplomática. Em menos de um mês, o governo Trump já restringiu vistos de membros do STF e do procurador-geral Paulo Gonet, elevou tarifas sobre produtos brasileiros e abriu uma investigação comercial contra o Brasil.
A sanção foi articulada por aliados de Jair Bolsonaro nos EUA, especialmente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista político Paulo Figueiredo. Ambos vêm acusando Moraes de perseguição e censura, em razão do papel central do ministro na condução de processos contra o ex-presidente, incluindo a tentativa de golpe para abolir o Estado Democrático de Direito.
A retaliação norte-americana é vista por membros do governo brasileiro como interferência indevida em assuntos internos. No último dia 9, Trump condicionou qualquer reaproximação diplomática ao fim do que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
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