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'Anistia seria um ato contra o Brasil, nossa democracia e instituições', diz presidente do PT

Edinho Silva defende que anistia fragilizaria a democracia e critica propostas de redução de penas dos condenados dos condenados pelo 8 de janeiro

Edinho Silva (Foto: Reprodução/YouTube/PT)

247 - O presidente do PT, Edinho Silva, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que o partido está mobilizado para impedir a aprovação da anistia ampla aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Para ele, derrotar projetos que incluam perdão a Jair Bolsonaro (PL) é essencial para proteger a democracia e reforçar as instituições brasileiras.

“Nós temos espaço para dialogar, para formar maioria e tentar impor uma derrota à anistia. Sou daqueles que defendem que a gente leve o diálogo ao máximo e construa as condições para derrotar a anistia, porque a anistia hoje seria um ato contra o Brasil, contra a nossa democracia, contra as nossas instituições”, disse.

As declarações de Edinho ocorreram na segunda-feira (15), um dia antes de o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informar aos líderes partidários que pretende votar o requerimento de urgência para o projeto de anistia. O governo trabalha para derrubar a proposta.

Críticas à redução de penas e reformas casuísticas

Edinho também se manifestou contra alternativas de redução de penas para os condenados. Segundo ele, qualquer reforma penal precisa ser ampla e não atender apenas a casos específicos.

“Não pode ter casuísmo. Se vai ter uma reforma do código criminal, uma reforma que estabeleça outra dosimetria de penas, ela tem que valer para todos os crimes. Não pode ser algo casuístico. É isso que sou contra”, afirmou.

Ele defendeu que mudanças no Código Penal sejam debatidas com juristas, especialistas e a sociedade. “Acho que é o normal numa democracia”, completou.

Pressão internacional e ofensiva de Donald Trump

O dirigente petista também relacionou a importância da derrota da anistia ao cenário internacional. Ele lembrou que o Brasil enfrenta pressões do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaça impor novas sanções após a condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Risco do avanço fascista e cenário político

Mesmo após a decisão do STF, Edinho avaliou que o fascismo não está restrito a Bolsonaro. “O fascismo é maior que o Bolsonaro. O Bolsonaro é uma expressão do pensamento fascista, como o Trump é uma expressão do pensamento fascista”, afirmou.

Questionado se essa crítica incluiria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ele evitou citar nomes. “A sociedade identifica quem é fascista. As práticas fascistas são colocadas aí”, disse.

Alianças para 2026 e tensões no Congresso

Para 2026, Edinho defende a formação de um campo democrático capaz de garantir a reeleição do presidente Lula. Ele aposta em alianças formais e informais em nível estadual e destacou sua relação com lideranças do centrão, como o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI).

O dirigente também apontou o impasse das emendas parlamentares, que somam R$ 52 bilhões, como um fator de esvaziamento do presidencialismo. Para ele, Executivo e Legislativo precisam encontrar uma saída política equilibrada, sem depender da atuação do Judiciário como poder moderador.

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