Alcolumbre pediu diretamente para que Lula indique Pacheco ao STF, diz líder do governo

247 - O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), pediu diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. 

Segundo Wagner, o encontro ocorreu na noite de segunda-feira (20), no Palácio da Alvorada, e teve caráter reservado. “A torcida do Alcolumbre pelo Rodrigo (Pacheco) é pública. Eu acho absolutamente normal. Então foi uma conversa deles dois sozinhos. E eu hoje fui saber como é que foi a conversa. Ele (Alcolumbre) foi defender o nome do Pacheco”, disse o senador, de acordo com o jornal O Globo.

Lula prioriza Minas Gerais

Apesar da pressão de Alcolumbre, Lula avalia que Pacheco é o nome mais competitivo para concorrer ao governo de Minas Gerais em 2026. O presidente considera incoerente retirar o senador do cenário eleitoral mineiro ao mesmo tempo em que o defende como candidato.

“O presidente continua convencido que o melhor nome para disputar o governo de Minas é o Rodrigo (Pacheco). Óbvio que ninguém é candidato imposto, mas ele não pode dizer que quer o cara como governador e ao mesmo tempo tirar o cara do jogo. Fica complicado”, destacou Wagner.

Decisão fica para depois da viagem à Ásia

A escolha do sucessor do ministro aposentado Luís Roberto Barroso foi adiada. Lula pretende conversar pessoalmente com Pacheco antes de anunciar o indicado, o que deve ocorrer somente após sua viagem oficial à Ásia, marcada para o dia 28.

“Se ele (Lula) não fez (a indicação) agora na ida, ele vai ter que fazer na volta. Ele estava pensando em eventualmente fazer, mas ele ainda quer ter uma nova conversa com o Rodrigo”, disse o líder do governo no Senado. 

Messias desponta como favorito

Entre os nomes em análise, o advogado-geral da União, Jorge Messias, é apontado como favorito para ocupar a cadeira deixada por Barroso. Caso seja confirmado, precisará passar por sabatina e aprovação do Senado.

Mesmo assim, Alcolumbre mantém firme a defesa de Pacheco, aliado próximo e presidente do Senado. A movimentação política, no entanto, colide com a estratégia eleitoral de Lula em Minas Gerais.

Consultas no Palácio do Alvorada

Antes de viajar, Lula intensificou as conversas sobre a sucessão no Supremo. Além do jantar com Barroso, recebeu os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin, além de auxiliares do governo, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Na reunião com Barroso, o presidente citou como opções Jorge Messias, Rodrigo Pacheco e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas. Barroso, de acordo com interlocutores, evitou indicar preferência, mas considerou todos os cotados como “qualificados” para o cargo.