Reagindo a Trump, Alckmin e empresários vão ao México para abrir mercados e aprofundar parceria

247 - O governo brasileiro e o setor privado organizam, para a próxima semana, uma missão oficial ao México com o objetivo de ampliar mercados e estreitar parcerias econômicas. A viagem, marcada para os dias 26 a 28 de agosto, será a primeira iniciativa concreta com o parceiro latinoamericano após o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A informação foi publicada neste domingo (17) por Jamil Chade, no UOL.

A delegação será chefiada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e contará com 90 empresas nacionais, número considerado expressivo pelos organizadores, já que a adesão foi registrada em apenas três dias. A iniciativa é organizada em conjunto pela ApexBrasil, Itamaraty e MDIC.

Resposta ao tarifaço

Segundo a ApexBrasil, o forte interesse empresarial reflete o impacto imediato das medidas comerciais de Trump: “A medida vem levando o setor produtivo a buscar mercados alternativos aos EUA”, afirmou a agência de exportação.

A programação prevê seminário empresarial, reuniões setoriais e visitas técnicas a setores estratégicos, como alimentos e bebidas, indústria aeroespacial, tecnologia, transição energética e saúde.

Comércio bilateral em alta

Em 2024, o comércio entre Brasil e México superou US$ 12 bilhões, consolidando o país latino-americano como o segundo maior destino das exportações brasileiras na região.

Um dos setores que mais crescem é o da carne bovina. Após a abertura do mercado mexicano, anunciada em 2024, as exportações brasileiras tiveram expansão superior a 800% em apenas um ano. No primeiro semestre de 2025, os embarques saltaram de 3 mil para 16 mil toneladas.

Lula e Sheinbaum alinham agendas

O movimento também é resultado de articulações políticas recentes. Em julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, e defendeu a ampliação das relações comerciais. Para Lula, essa aproximação é crucial em um momento de “incertezas globais”.

Além da abertura de novos mercados, o governo brasileiro pretende retomar negociações para ampliar um acordo comercial com o México, em discussão há anos, mas sem avanços concretos até agora.