México condena deslocamento militar dos EUA perto da Venezuela: "não ao intervencionismo"
Presidente Claudia Sheinbaum saiu em defesa da soberania latinoamericana contra nova ofensiva imperialista do governo Donald Trump
247 - A presença militar dos Estados Unidos próxima à costa da Venezuela voltou a provocar reações na América Latina. Nesta terça-feira (19), a presidente do México, Claudia Sheinbaum, recorreu à Constituição de seu país para rejeitar qualquer tipo de intervenção externa, reafirmando os princípios de autodeterminação dos povos e resolução pacífica de controvérsias.
“Não ao intervencionismo”, disse Sheinbaum em sua coletiva diária, conforme reportado pela Reuters, ao ser questionada sobre o envio de destróieres estadunidenses para o Caribe. “Está claramente estabelecido em nossa Constituição e é sempre nossa posição: a autodeterminação dos povos, a não intervenção e a resolução pacífica de controvérsias.”
Três destróieres equipados com mísseis guiados Aegis – o USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson – devem chegar à costa venezuelana nas próximas 36 horas. Fontes do governo norte-americano alegaram que a movimentação faz parte de uma operação contra cartéis de drogas latino-americanos classificados por Washington como “organizações terroristas globais”.
O presidente Donald Trump utiliza as Forças Armadas sob o pretexto de combater o narcotráfico, mas a medida vem no momento em que se observa uma escalada de hostilidades contra governos latino-americanos anti-hegemônicos. No total, cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais foram mobilizados, além de aviões de vigilância e até submarinos de ataque.
Em Caracas, o presidente Nicolás Maduro respondeu de forma categórica: “Nenhum império vai tocar o solo sagrado da Venezuela, nem deve tocar o solo sagrado da América do Sul”, afirmou em pronunciamento transmitido pela TV estatal.
Maduro chamou a movimentação de “ameaça extravagante, estrambótica, de um império em decadência” e anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos armados para proteger o país diante da presença da frota norte-americana.
Trump x Venezuela
A ofensiva de Trump ocorre em meio à intensificação de medidas de pressão sobre Caracas. Nos últimos dias, Washington dobrou a recompensa pela captura de Maduro, de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões, acusando o líder venezuelano de suposta colaboração com grupos criminosos. O governo chavista nega as acusações e denuncia mais um ato de ingerência imperial.
[Com informações da Reuters]