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Karina Milei pode ser convocada ao Congresso para explicar suposto esquema de propinas no escândalo cripto

Irmã do presidente Javier Milei é acusada de intermediar pagamento de subornos para acesso ao mandatário argentino

Javier e Karina Milei (Foto: Reuters/Agustin Marcarian)

247 - Deputados do bloco União pela Pátria apresentaram um projeto no Congresso argentino para que a secretária-geral da Presidência, Karina Milei, preste esclarecimentos sobre sua suposta participação em um escândalo relacionado ao mercado de criptomoedas, informa a C5N. O pedido ocorre após a publicação de mensagens vazadas que apontam a irmã do presidente Javier Milei como intermediária no pagamento de propinas em troca de reuniões com o mandatário.

A denúncia veio a público através do site especializado CoinDesk, uma das fontes mais respeitadas no setor de criptoativos. Segundo a reportagem, mensagens de Hayden Davis, fundador da empresa Kelsier Ventures e criador da criptomoeda $Libra, indicam que ele fazia pagamentos regulares a Karina Milei para garantir que suas demandas fossem atendidas pelo presidente argentino. Em uma dessas mensagens, Davis teria afirmado que "controlava" Milei por meio de repasses financeiros à irmã do chefe do Executivo.

A divulgação do material gerou forte repercussão na oposição, levando o deputado Juan Marino a apresentar uma moção formal exigindo que Karina Milei compareça ao Congresso. Em publicação nas redes sociais, Marino argumentou que as evidências apontam para a possível configuração dos crimes de corrupção passiva e tráfico de influência. O parlamentar também destacou que "a fraude da Libra não teria sido um caso isolado" e sugeriu que uma "organização criminosa" poderia estar operando dentro do governo argentino.

O projeto de convocação foi protocolado com caráter de urgência, embasado no artigo 71 da Constituição Nacional da Argentina e nos artigos 204 e seguintes do regimento da Câmara dos Deputados. Caso seja aprovada, Karina Milei terá que responder perante os parlamentares sobre as graves acusações que envolvem o seu nome e esclarecer seu eventual papel no escândalo financeiro.

O governo argentino ainda não se manifestou oficialmente sobre as denúncias, mas aliados do presidente já classificaram as alegações como "um ataque político". A investigação em torno das transações de criptomoedas continua, e o escândalo promete impactar diretamente a gestão Milei, que enfrenta desafios políticos e econômicos desde sua posse.

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