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Governos latino-americanos repudiam ataques dos EUA ao Irã

México, Cuba, Venezuela, Chile e Colômbia condenam bombardeios contra usinas nucleares iranianas e alertam para o risco de uma crise global

O Sultanato de Omã, mediador de diálogo nuclear entre os EUA, cindena a entrada dos EUA na guerra (Foto: Reuters)
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247 - Diversos governos latino-americanos emitiram pronunciamentos contundentes contra os ataques ordenados neste sábado (21) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra instalações nucleares no Irã. As ações militares, que atingiram os complexos de Fordow, Natanz e Isfahan, foram confirmadas pelo próprio mandatário norte-americano e desencadearam uma onda de críticas por parte de países da América Latina, que classificaram o episódio como uma grave violação do direito internacional.

De acordo com a Telesur, os governos de Cuba, México, Venezuela, Colômbia e Chile condenaram unanimemente os bombardeios, apontando que a escalada bélica representa uma ameaça à paz e à estabilidade global, além de infringir a Carta das Nações Unidas e os tratados sobre não proliferação de armas nucleares.

O presidente cubano Miguel Díaz-Canel foi categórico: “Esta agressão arrasta a humanidade para uma crise com consequências irreversíveis”. O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, reforçou a posição do país, qualificando os bombardeios como “um ato criminoso e irresponsável” que fere o regime internacional de segurança nuclear.

A Venezuela também repudiou a ofensiva militar. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores classificou a ação como “um ato de agressão ilegal, injustificável e extremamente perigoso”, alertando para o agravamento das tensões geopolíticas no Oriente Médio e suas repercussões sobre a ordem internacional.

O presidente chileno Gabriel Boric criticou duramente o ataque às usinas nucleares, destacando que esse tipo de ação é proibido pelo direito internacional. Em mensagem publicada em suas redes sociais, Boric escreveu: “Defenderemos o respeito ao direito internacional humanitário em todos os momentos. Ter poder não autoriza você a usá-lo em violação às regras que nos impusemos como humanidade. Mesmo que você seja os Estados Unidos”.

Já o governo colombiano, por meio do Ministério das Relações Exteriores, manifestou “profunda preocupação com o aumento das tensões entre os Estados Unidos e o Irã”. A chancelaria colombiana defendeu o retorno imediato à via diplomática como única solução possível e duradoura para o conflito, acrescentando que o país “rejeita o uso unilateral da força, especialmente quando contraria os princípios fundamentais consagrados na Carta das Nações Unidas e põe em perigo a paz e a estabilidade internacionais”.

Em declarações anteriores, o presidente colombiano Gustavo Petro já havia alertado que o governo Trump não deveria se envolver nem na guerra contra o Irã nem no genocídio em Gaza, mas sim se empenhar para impedi-los.

O México, por sua vez, adotou um tom diplomático, mas firme. O Ministério das Relações Exteriores fez um apelo enfático pela restauração da coexistência pacífica no Oriente Médio. A nota, assinada pelo chanceler Juan Ramón de la Fuente, destacou que “a restauração da coexistência pacífica entre os estados da região é a maior prioridade” e instou todas as partes a abandonarem ações militares em favor de uma solução negociada.

Todos os países latino-americanos que se pronunciaram reforçaram a importância do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e das normas estabelecidas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que regulam o uso pacífico da energia atômica. Para os governos da região, o bombardeio norte-americano às instalações iranianas representa não apenas uma violação direta dessas salvaguardas, mas também uma ameaça concreta à segurança de toda a humanidade.

A forte reação latino-americana demonstra uma postura comum de defesa do multilateralismo, do direito internacional e da paz, em contraste com a escalada unilateral promovida por Washington. 

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