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Lula quer impulsionar turismo na Amazônia

Presidente defendeu incentivo para que jovens conheçam a floresta e valorizem riquezas naturais do país

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Cláudio Kbene/PR)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (8) que o Brasil precisa estimular o turismo interno, especialmente na Amazônia, para que as novas gerações reconheçam a importância da floresta e das riquezas naturais do país. A declaração ocorreu durante a 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), em Luziânia (GO).

Lula destacou que crianças e adolescentes são constantemente expostos a propagandas que incentivam viagens para a Disney e outros destinos internacionais, enquanto o turismo na Amazônia recebe pouca atenção. Ele defendeu que o governo invista em publicidade e políticas públicas que incentivem estudantes a conhecerem a biodiversidade e a cultura brasileiras.

"É preciso ver o Curupira, a Amazônia e nossos rios"

O presidente afirmou que a juventude pode ser protagonista na mudança de mentalidade sobre o meio ambiente. “Nós temos que fazer publicidade, incentivo, para que a meninada da escola, que tem vontade, possa viajar e conhecer o Brasil. Todo dia é propaganda para ir para a Disney, para ver o Mickey e o Pateta — e tem que ver mesmo —, mas acho que é preciso a gente ver o Curupira, a Amazônia, nossos rios, as coisas que são ricas para a sobrevivência da humanidade”, declarou.

Lula contou ainda um episódio pessoal com seu filho caçula, quando negou uma viagem à Disney. “Eu disse: primeiro, não tenho dinheiro. Segundo, acho que você precisa conhecer um pouco o Brasil. Vai conhecer o Nordeste, onde eu nasci, vai ver como vive o povo daquela região. É assim que a gente desenvolve consciência de nação e soberania sobre nosso território”, disse.

Juventude como educadora ambiental

Ao dialogar com os jovens participantes, Lula ressaltou que eles têm papel decisivo na educação das famílias em relação a práticas sustentáveis. “Não há televisão, internet ou influencer que seja mais importante do que vocês educando o pai e a mãe de vocês sobre as coisas certas que eles têm que fazer dentro de casa”, afirmou.

O presidente reconheceu também que os jovens dominam melhor as novas tecnologias e possuem acesso facilitado à informação, o que fortalece sua influência no debate climático. “Vocês vieram aqui para me ensinar como a juventude brasileira conhece a questão do clima. Duvido que tenha no mundo um presidente que tenha o prazer que eu estou tendo hoje ouvindo a meninada do meu país”, disse.

Conferência é preparatória para a COP30

A 6ª CNIJMA reúne cerca de 800 participantes, entre estudantes de 11 a 14 anos, professores e representantes de todo o país, e funciona como preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que será realizada em Belém.

As propostas apresentadas pelos jovens serão levadas ao Balanço Ético Global, documento que integrará a agenda oficial da COP30. Para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a edição de 2025 será a “COP da implementação”, com foco em transformar em prática as decisões já tomadas nos últimos 30 anos.

Mobilização nacional

Segundo o Ministério da Educação, a conferência deste ano mobilizou 8.732 escolas em 2.307 municípios. Do total, quase 1.300 estão localizadas em áreas de risco socioambiental, 186 são indígenas, 139 quilombolas e 158 atendem estudantes com deficiência.

A programação em Luziânia segue até sexta-feira (10), com oficinas, painéis, atividades culturais e rodas de diálogo. O evento é organizado pelos ministérios da Educação (MEC) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

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