247 - A Assembleia Legislativa de El Salvador, controlada pelo partido Novas Ideias, aliado do presidente Nayib Bukele, aprovou na noite de quinta-feira (31) uma emenda constitucional que permite a reeleição presidencial ilimitada. A proposta, votada de forma relâmpago, também estende o mandato presidencial de cinco para seis anos e elimina a realização de segundo turno nas eleições.
Segundo reportagem da <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2025/07/partido-de-nayib-bukele-quer-reeleicao-sem-limites-em-el-salvador.shtml">Folha de S.Paulo</a>, o projeto foi aprovado por 57 votos favoráveis — todos de parlamentares governistas — e apenas três contrários. O texto altera de forma significativa o sistema político salvadorenho, consolidando ainda mais o poder de Bukele, que já vinha governando sob um regime de exceção.
"Obrigado por fazerem história", declarou Ernesto Castro, presidente da Assembleia e um dos principais aliados de Bukele, logo após a proclamação do resultado.
O presidente, de 44 anos, foi eleito em 2019 e reeleito em 2024, apesar de a Constituição proibir mandatos consecutivos. Para contornar essa barreira, Bukele contou com uma decisão controversa da Corte Constitucional, cujos membros foram indicados por ele próprio, e que julgou que a proibição violava seus direitos humanos.
Com a nova emenda, desaparecem quaisquer obstáculos legais para que o presidente siga concorrendo indefinidamente. A proposta também unifica o calendário eleitoral, antecipando o fim do mandato de Bukele para 2027, a fim de coincidir as eleições presidenciais com as legislativas e municipais. Especialistas afirmam que essa unificação pode favorecer partidos dominantes, como o Novas Ideias, ao concentrar o apoio popular em um único ciclo eleitoral.
Durante a apresentação da proposta, a deputada Ana Figueroa, governista, afirmou: “É muito simples, El Salvador: só você terá o poder de decidir por quanto tempo deseja apoiar o trabalho de qualquer autoridade pública, incluindo do presidente”.
Por outro lado, a medida foi duramente criticada por parlamentares da oposição. “Hoje morreu a democracia em El Salvador. Eles tiraram as máscaras”, declarou na tribuna a deputada Marcela Villatoro. “Eles [governistas] são cínicos”, completou.
A consolidação do poder de Bukele ocorre em um contexto de crescente repressão. O presidente, aliado do presidente dos EUA, Donald Trump, tem endurecido sua política interna desde que o republicano voltou à Casa Branca. Jornalistas e defensores de direitos humanos têm sido alvo de perseguições, o que levou muitos deles a deixarem o país.
A ONG Cristosal, por exemplo, transferiu ao menos 20 funcionários para fora de El Salvador nas últimas semanas, segundo informou a agência Reuters. A organização, fundada há 25 anos por bispos anglicanos, era uma das poucas instituições que ainda resistiam publicamente às investidas autoritárias do governo.
A repressão se intensificou desde a adoção do estado de exceção, justificado pelo governo como instrumento para combater as gangues. De acordo com dados oficiais, cerca de 87 mil pessoas foram presas desde o início do regime. No entanto, segundo entidades como Cristosal e Socorro Jurídico, milhares dessas detenções foram arbitrárias, e pelo menos 430 pessoas morreram sob custódia do Estado.
Apesar das denúncias, Bukele segue com altos índices de aprovação popular. Pesquisa divulgada em junho pelo instituto do jornal La Prensa Gráfica indicou que 85,2% da população aprova seu governo. No entanto, outras sondagens indicam clima de medo no país: estudo da Universidade Centro-Americana (UCA), publicado em maio, apontou que 57,9% dos salvadorenhos evitam criticar o presidente por temerem represálias.

Presidente de El Salvador, Nayib Bukele - 19/03/2025


original

1250x600

610x380

1280x490

300x400

500x240

321x200

square

360x640

320x320

3000x1800

thumbnail

viewImage

América Latina

Regime de extrema direita de El Salvador aprova reeleição presidencial ilimitada

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira (17), em reunião do G7, no Canadá, que os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU coloquem em prática medidas para ajudar a população do Haiti. O alerta em seu discurso ocorreu seis dias após a Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirmar que o número de deslocados internos no país da América Central chega a 1,3 milhão devido à violência entre grupos de crime organizado. O Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU também apontou que mais de 5,7 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar aguda, em uma população de cerca de 10 milhões a 12 milhões de habitantes, segundo estatísticas oficiais. "No Haiti, a comunidade internacional permanece indiferente ao cotidiano de caos e atrocidades perpetradas pelo crime organizado. O vácuo de liderança agrava esse quadro. Estão sentados em torno desta mesa três membros permanentes do Conselho de Segurança e outras nações com tradição na defesa da paz: é o momento de devolver o protagonismo à ONU", disse Lula. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU são Rússia, China, Estados Unidos, França e Reino Unido. Ao falar em "três membros permanentes", Lula fez referência a esses três últimos países, que também fazem parte do G7 com mais quatro potências - Alemanha, Canadá, Itália e Japão. De acordo com a OIM, agência da ONU com sede em Genebra, na Suíça, a quantidade de deslocados no Haiti (1,3 milhão) representou um aumento de 24% em comparação com dezembro de 2024. Foi o número mais alto já registrado no Haiti.Estatísticas oficiais apontam que um quarto dos 10 milhões a 12 milhões de habitantes vive na capital haitiana, Porto Príncipe. Mas a preocupação vai além da capital. No Norte do Haiti, o número de pessoas que deixaram suas casas aumentou quase 80%, informou a OIM. No começo do mês, o PAM da ONU alertou sobre a impossibilidade de agir em caso de eventuais catástrofes naturais no Haiti. Estimado em mais de US$ 900 milhões, o plano de ajuda humanitária para 2025 dispõe de apenas 8% do financiamento necessário, conforme apontou a diretora regional do PAM, Lola Castro, no dia 3 de junho.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/2022101803100_6212fdf41aa11e4761656cdef58508cf4ee2f226ce850b22cb462b2f415185a2.jpg" data-media-id="editor_0" data-image-id="2022101803100_6212fdf41aa11e4761656cdef58508cf4ee2f226ce850b22cb462b2f415185a2" data-rendition-name="original" width="1282" height="890" loading="lazy" alt="haiti-tumultos"><figcaption>Tumulto no Haiti. Foto: Ralph Tedy Erol / Reuters</figcaption></figure>   <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/2024030717030_771d3e6a6120e4687c44ca2f37e0881671432840e2b40fd17b2772b46c85d3b3.jpg" data-media-id="editor_1" data-image-id="2024030717030_771d3e6a6120e4687c44ca2f37e0881671432840e2b40fd17b2772b46c85d3b3" data-rendition-name="original" width="5000" height="3466" loading="lazy" alt="porto-prIncipe-haiti "><figcaption>Pessoas deixam suas casas carregando seus pertences para escapar da violência de gangues em Porto Príncipe, enquanto o Haiti continua em estado de emergência. Foto: Ralph Tedy Erol / Reuters</figcaption></figure>  &nbsp;  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20221009011056_fa8d29d499a21952afda3339a5086de9c3b52b686b4c24b12769952ae11b73aa.png" data-media-id="editor_2" data-image-id="20221009011056_fa8d29d499a21952afda3339a5086de9c3b52b686b4c24b12769952ae11b73aa" data-rendition-name="original" width="725" height="426" loading="lazy" alt="haiti"><figcaption>Haiti. Ralph Tedy Erol / Reuters</figcaption></figure>

Leonardo Lucena

Lula clama aos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: ‘olhem para o Haiti. Vácuo de liderança agrava esse quadro’

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), afirmou que sua administração vai retomar o Canal do Panamá. De acordo com o chefe da Casa Branca, o governo panamenho teria violado um acordo ao permitir mais influência de chineses no canal.&nbsp;
"Não entregamos [o Canal do Panamá] para a China. Nós entregamos para o Panamá, e o Panamá tem tirado todas essas placas com a língua chinesa. Vamos retomar. Eles [Panamá] ofereceram muitas coisas, mas achamos apropriado que o tomemos. Eles violaram completamente o acordo. Temos um acordo."
Diferentemente do Canal de Suez, na África, que utiliza água do mar, o Canal do Panamá emprega água doce - cerca de 200 milhões de litros são despejados no mar a cada passagem de navio. O canal fornece água potável para quase 60% dos 4,4 milhões de habitantes do país centro-americano.
Se não houver imprevistos que impactem o tráfego, o canal costuma representar algo em torno de 5% do comércio marítimo global e 40% do tráfego de contêineres dos EUA também utiliza essa travessia.
Autoridades do Panamá na área da sustentabilidade discutem um projeto para investir cerca de US$ 8,5 bilhões nos próximos cinco anos, com medidas para evitar secas no canal.
<h2>EUA versus China</h2>
A China representou entre 20% e 25% do volume de carga que transitou pelo Canal do Panamá entre outubro de 2023 e setembro de 2024. O país asiático foi o segundo maior usuário, atrás apenas dos Estados Unidos.&nbsp;
Pelo menos dois dos cinco portos adjacentes ao canal, e que ficam nos lados Pacífico e Atlântico, são operados por uma subsidiária da Hutchison Port Holdings, empresa que é subsidiária da CK Hutchison Holdings, conglomerado sediado em Hong Kong fundado pelo empresário honconguês Li Ka-shing.
Político da extrema-direita norte-americana, Trump vê a China como uma ameaça à hegemonia global dos EUA, que, em 2024, continuaram com o maior Produto Interno Bruto (PIB) global - US$ 29,16 trilhões (R$ 176,5 trilhões), apontou o Fundo Monetário Internacional (FMI). A China ficou em segundo lugar, com US$ 18,27 trilhões (R$ 110,6 trilhões). Os chineses foram seguidos pela Alemanha (US$ 4,71 trilhões), pelo Japão (US$ 4,07 trilhões) e pela Índia (US$ 3,89 trilhões).
Em abril de 2024, pesquisadores de quatro países preveem que, em uma década, a <a href="https://www.brasil247.com/mundo/china-deve-ultrapassar-os-eua-e-se-tornar-maior-economia-do-mundo-ate-2035-aponta-estudo#google_vignette">China seja a maior economia do mundo</a> e que seu PIB ultrapasse o dos EUA por volta de 2035. Os estudiosos são de China, Rússia, EUA e Canadá.

Tag: america-central

Regime de extrema direita de El Salvador aprova reeleição presidencial ilimitada

Lula clama aos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: ‘olhem para o Haiti. Vácuo de liderança agrava esse quadro’

Trump diz que os EUA vão retomar o Canal do Panamá e faz menção à China

Cortes 247

Revista Brasil 247

Tag: america-central

Regime de extrema direita de El Salvador aprova reeleição presidencial ilimitada

Lula clama aos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: ‘olhem para o Haiti. Vácuo de liderança agrava esse quadro’

Trump diz que os EUA vão retomar o Canal do Panamá e faz menção à China

247 nas Redes Sociais

Cortes 247

Revista Brasil 247