Pequim rebate sanções dos EUA e defende laços com América Central
Porta-voz chinês afirma que sanções unilaterais violam direito internacional e não impedirão aprofundamento da cooperação regional
247 – A tensão diplomática entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo após o anúncio de restrições de visto por parte de Washington a cidadãos da América Central que mantenham cooperação com o Partido Comunista Chinês. A medida foi criticada por Pequim, que acusa os EUA de exercer pressão política e econômica sobre a região. A declaração foi feita nesta terça-feira (21) pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, em coletiva citada pelo jornal Global Times.
Segundo a publicação, o representante do governo chinês afirmou que a chamada “tática do cacetete de vistos” não terá efeito prático sobre o fortalecimento das parcerias estratégicas entre a China e os países centro-americanos. Para Guo, a iniciativa norte-americana se enquadra em uma postura de hegemonia que ignora normas internacionais e desrespeita a soberania de outros Estados.
Durante a fala, Guo Jiakun destacou que a imposição de sanções unilaterais representa um desvio da legalidade, colocando a legislação doméstica dos Estados Unidos acima das obrigações internacionais.
Críticas à postura de Washington
Ele ainda acrescentou que as ações norte-americanas ferem o princípio de não interferência nos assuntos internos de outros países, além de comprometerem a ordem internacional.
O porta-voz ressaltou que Washington vem tentando deslegitimar a cooperação entre a China e as nações da América Central, o que, segundo ele, revela uma postura de desdém.
“Essas alegações são maliciosas, infundadas e demonstram uma completa falta de respeito pelas nações centro-americanas”, disse Guo, completando que a atitude dos EUA expõe “o comportamento dominador e intimidador de Washington”, assim como o preconceito enraizado em certos políticos norte-americanos.
“A China continuará sendo uma boa amiga e uma boa parceira das nações da América Central, trabalhando juntas pelo desenvolvimento comum e pela revitalização, e construindo em conjunto uma comunidade China-América Latina com futuro compartilhado”, afirmou.



