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China busca ampliar cooperação industrial com BRICS em inteligência artificial e energia limpa

Fórum em Xiamen destaca investimentos em inovação, energias renováveis e transformação digital entre os países do bloco

Primeiro-Ministro da República Popular da China, Li Qiang e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião bilateral, no Forte de Copacabana. Rio de Janeiro - RJ (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 – A China reforçou nesta terça-feira (17) sua disposição em aprofundar a cooperação com os países do BRICS em setores emergentes, com destaque para inteligência artificial, veículos elétricos e fontes de energia limpa, como solar e hidrogênio. A informação foi publicada pelo Diário do Povo.

Durante o Fórum do BRICS sobre Parceria na Nova Revolução Industrial 2025, realizado em Xiamen, na província de Fujian, o ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, Li Lecheng, destacou a importância estratégica do bloco para a economia global. “O BRICS agora representa quase metade da população mundial e cerca de 40% do PIB global. O grupo desempenha um grande papel como uma importante fábrica, um vasto mercado e uma plataforma cooperativa de larga escala que impulsiona a globalização econômica inclusiva”, afirmou.

Avanços desde a criação do centro de inovação do BRICS

A proposta de um centro de inovação em Xiamen foi apresentada pelo presidente Xi Jinping durante a 12ª Cúpula do BRICS, em 2020. Desde então, o projeto registrou avanços significativos em coordenação de políticas, capacitação de pessoal e desenvolvimento de projetos industriais.

Segundo o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, já foram assegurados 107 projetos industriais no âmbito da parceria, com investimentos que somam 50,6 bilhões de yuans (US$ 7,1 bilhões). Além disso, no ano passado foi criado um centro para promoção da inteligência artificial no bloco, que prepara agora uma plataforma para compartilhamento de modelos de linguagem avançados e bases de dados de alta qualidade.

“O objetivo é reduzir barreiras tecnológicas e promover interoperabilidade de infraestrutura digital”, disse Li, acrescentando que a China incentivará empresas ligadas a veículos de nova energia, energia fotovoltaica, eólica e hidrogênio a ampliar sua cooperação internacional.

Cooperação ampliada em tecnologia e indústria

Alekxey Vladimirovich Gruzdev, vice-ministro da Indústria e Comércio da Rússia, afirmou que o fórum já ultrapassou o papel de mecanismo de diálogo, consolidando-se como “uma comunidade de especialistas e profissionais globais que contribui para a liderança tecnológica dos países do BRICS e molda o desenvolvimento industrial mundial”. Ele ressaltou que quase 48% do comércio exterior da Rússia está hoje vinculado aos países do grupo, destacando o potencial de cooperação em biotecnologia.

Já Faisol Riza, vice-ministro da Indústria da Indonésia — que se tornou membro pleno do BRICS neste ano — observou que o setor industrial representa mais de 16,9% do PIB do país, mas enfrenta desafios relacionados a rupturas nas cadeias globais de suprimento e incertezas geopolíticas. “Acelerar a transformação verde e digital tornou-se essencial, e é por isso que o fórum em Xiamen é tão importante”, disse.

Digitalização e 6G no horizonte dos BRICS

Yang Jie, presidente da China Mobile, destacou que há grandes oportunidades de transformação digital compartilhada entre os países do bloco. Ele revelou que a empresa já estabeleceu laboratórios conjuntos de inteligência artificial em países como Indonésia e Brasil, desenvolvendo algoritmos e modelos específicos para demandas locais.

Na América Latina e no Norte da África, a China Mobile apoia também a construção de fábricas inteligentes. “Vamos aprofundar a cooperação com nossos parceiros no alinhamento internacional de padrões de IA e 6G, construindo infraestrutura interconectada para fortalecer a espinha dorsal digital dos países do BRICS”, afirmou.

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