APEC lidera transformação verde e fortalece papel da China na sustentabilidade do Pacífico Asiático
Cooperação entre economias da região demonstra que crescimento e sustentabilidade podem caminhar juntos
247 – A Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) tem desempenhado um papel central na transição verde da região nas últimas duas décadas. Desde a Declaração dos Líderes de Honolulu, em 2011, o bloco colocou o conceito de “crescimento verde” no centro de sua agenda, provando que o avanço econômico pode ocorrer em harmonia com a preservação ambiental. A reportagem original é de Chen Ziqi, da CGTN.
A energia está no coração dessa transformação. Em 2011, as economias da APEC assumiram o compromisso de reduzir a intensidade energética — ou seja, a quantidade de energia usada por unidade do PIB — em 45% até 2035, tomando como base o ano de 2005. Segundo o APEC Energy Review 2025, o bloco está no caminho para atingir essa meta três anos antes do previsto, em 2032.
Hoje, as economias da APEC respondem por cerca de 56% da demanda global de energia e 60% das emissões de CO₂. Mesmo com o aumento do consumo pós-pandemia e as turbulências nos mercados globais, a região já evitou bilhões de toneladas de emissões e economizou trilhões de dólares em custos energéticos.
China impulsiona transição verde
A China desponta como força central dentro da trajetória sustentável da APEC. Dados do Conselho de Estado indicam que o consumo de energia por unidade do PIB caiu 11,6% entre 2021 e 2024 — o que representa cerca de 1,1 bilhão de toneladas de CO₂, quase metade das emissões anuais da União Europeia.
O país também vem investindo na recuperação de ecossistemas naturais. Segundo a Administração Nacional de Florestas e Pastagens, a cobertura florestal já ultrapassa 25%, com estoque superior a 20 bilhões de metros cúbicos de madeira — reservas que absorvem cerca de 1,2 bilhão de toneladas de CO₂ por ano.
Ao mesmo tempo, a China avança em tecnologias de energia limpa, como o hidrogênio verde, reconhecido pela APEC como pilar da transição regional de baixo carbono. Um marco importante foi o início da produção em larga escala em Aksu, Xinjiang, em 2023. Desde então, a usina já produziu mais de 14.900 toneladas de hidrogênio, reduzindo cerca de 485 mil toneladas de CO₂ por ano.
Integração energética e inovação regional
A liderança chinesa também se reflete na integração energética da região. Em 2023, a China gerou cerca de 1.226 terawatts-hora de energia hidrelétrica — três vezes mais do que o Brasil ou o Canadá, de acordo com a International Banker.
O país mantém interconexões elétricas com Vietnã, Laos, Mianmar, Tailândia e Camboja, com cerca de 90% da energia transmitida proveniente de fontes renováveis. Essa rede fortalece a segurança energética e reduz a dependência de combustíveis fósseis.
Além disso, a China participa de projetos de armazenamento de energia, como o sistema de grande escala construído por empresas chinesas em Jurong Island, em Singapura. O projeto foi concluído três anos antes da meta de 2025 e garante estabilidade à rede elétrica, utilizando baterias de fosfato de ferro-lítio — tecnologia segura e ambientalmente adequada a áreas urbanas densas.
Crescimento sustentável compartilhado
A cooperação entre as economias da APEC comprova que o desenvolvimento e a sustentabilidade podem avançar lado a lado. Os esforços da China, tanto internos quanto regionais, são exemplo de como uma transição verde bem estruturada pode impulsionar a prosperidade coletiva e reduzir o impacto ambiental.
Com o fortalecimento da colaboração em energia limpa, tecnologia e inovação, as economias da APEC desenham um futuro no qual o crescimento econômico caminha de mãos dadas com a proteção do planeta.





