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Antifascistas do RS criticam Nobel da Paz para Maria Corina Machado: ‘violência e golpismo’

A comissão organizadora de uma conferência internacional também afirmou que a opositora do chavismo é 'promotora de sofrimento' e faz 'conluio' com os EUA

Nicolás Maduro, Donald Trump, navio anfíbio USS Iwo Jima navegando no mar do Caribe e o mapa da América do Sul ao fundo (Foto: Divulgação I Logan Goins/Marinha dos Estados Unidos)

247 - A Plenária da Comissão Organizadora da 1ª Conferência Internacional Antifascista de Porto Alegre (RS) criticou a opositora do chavismo Maria Corina Machado, que venceu o Nobel da Paz de 2025 no último dia 10.

Os membros da comissão denunciaram que Maria Corina é “defensora de intervenções e sanções” contra a Venezuela, presidida por Nicolás Maduro atualmente.

Em nota, a plenária também afirmou que a opositora é “promotora de sofrimento”, “possui um histórico golpista e violento”. Ela é dona de uma trajetória de “afronta à soberania e à autodeterminação”, acrescentou a entidade nas críticas.

“A decisão despreza as conquistas democráticas e sociais do processo bolivariano e ignora que a laureada foi condenada pela Justiça venezuelana por atos de traição nacional, por agir em conluio com potências estrangeiras contra seu próprio povo”.

Contexto

A opositora do chavismo ganhou o Nobel da Paz em um contexto de tentativas de interferência dos EUA na Venezuela. Mais de 10 mil soldados foram escalados pelo governo Donald Trump (EUA) para a região caribenha, próxima à costa venezuelana.

Os Estados Unidos alegam que é necessário combater o narcoterrorismo e também anunciaram uma recompensa de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro.

Em crítica ao atual governo venezuelano, a própria Maria Corina chegou a dizer que é preciso "ajuda do presidente dos Estados Unidos para deter essa guerra". E o presidente norte-americano, Donald Trump, também confirmou que pediu à agência de espionagem dos EUA, a CIA, a fazer operações na Venezuela, voltadas a tentar derrubar o governo Maduro.

O exército dos EUA fez mais um ataque a um barco supostamente envolvido com o tráfico de drogas, na última terça (14). Seis pessoas morreram. Foi o quinto ataque desde agosto, quando o governo trumpista anunciou o deslocamento de militares para algumas regiões perto da costa venezuelana.

Veja a íntegra da nota:

A plenária da Comissão Antifascista de Porto Alegre, em reunião realizada em 14/10/2025, alinhada com os princípios históricos de defesa da soberania dos povos, da paz com justiça social e da integração solidária da América Latina, vem, por meio desta, manifestar seu veemente repúdio à decisão do Comitê Nobel Norueguês de conceder o Prêmio Nobel da Paz de 2025 à senhora Maria Corina Machado.

Este repúdio fundamenta-se não apenas em uma divergência política, mas em sólidos princípios éticos e no histórico público da laureada, recentemente e de forma eloquente exposto na Carta Aberta do Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel.

Ao tomar essa decisão, o Comitê Nobel ignora solenemente que a postura de María Corina Machado é a antítese da construção da paz, considerando que:

1. É Defensora de Intervenções e Sanções: É incompreensível laurear uma figura que, publicamente, solicitou a intervenção militar e o bloqueio econômico dos Estados Unidos contra a Venezuela, atos que configuram graves violações da paz e da soberania, condenados pelo Direito Internacional. Seu agradecimento a Donald Trump, arquiteto de duras sanções que asfixiam o povo venezuelano, evidencia um alinhamento com interesses geopolíticos de dominação.

2. Possui um Histórico Golpista e Violento: O Comitê recompensa um perfil marcado por ações contra a democracia. María Corina participou ativamente do golpe de Estado de 2002 na Venezuela, que dissolveu os Poderes constitucionais e tentou assassinar o presidente Hugo Chávez. Em 2014, foi cúmplice no plano "La Salida", que resultou em 43 assassinatos, e, como deputada, afrontou a Constituição ao solicitar uma intervenção militar na OEA.

3. É Promotora de Sofrimento Real: Premiar quem defendeu o cruel bloqueio econômico – que causou o roubo de reservas internacionais, o congelamento de bilhões de dólares e enormes privações ao povo venezuelano – é uma afronta à memória de todas as vítimas de agressões imperialistas e um perigoso incentivo à escalada belicista.

4. Afronta à Soberania e à Autodeterminação: A decisão despreza as conquistas democráticas e sociais do processo bolivariano e ignora que a laureada foi condenada pela Justiça venezuelana por atos de traição nacional, por agir em conluio com potências estrangeiras contra seu próprio povo.

Por estas razões, repudiamos a concessão do Prêmio Nobel à Maria Corina Machado, além do que, parece tratar-se de ato com viés de naturalização à uma possível agressão militar à uma nação Latino americana, da parte dos EUA e seus aliados da OTAN.

Porto Alegre, 14 de outubro de 2025

Plenária da Comissão Organizadora da 1a Conferência Internacional Antifascista de Porto Alegre

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