Moraes solicita extradição de ex-assessor Eduardo Tagliaferro após denúncia da PGR
Ex-assessor é acusado de vazar informações sigilosas e obstruir investigações; pedido foi encaminhado ao governo da Itália
247 - O ministro Alexandre de Moraes pediu a extradição de seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostamente ter atuado contra a lisura do processo eleitoral e por tentar prejudicar as investigações relacionadas a atos antidemocráticos. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
O pedido de extradição foi enviado ao Ministério da Justiça, que encaminhou o processo ao Itamaraty para formalização junto ao governo da Itália, país para o qual Tagliaferro se mudou recentemente. De lá, ele tem se preparado para apresentar uma denúncia ao Parlamento Europeu contra Moraes.
Acusações da PGR
De acordo com a denúncia, Eduardo Tagliaferro é acusado de quatro crimes: violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação que envolve organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Segundo a PGR, o ex-assessor teria vazado informações confidenciais obtidas em seu cargo com o objetivo de dificultar investigações e favorecer interesses próprios e de terceiros. Paulo Gonet, procurador-geral da República, afirmou que Tagliaferro vem agindo em articulação com outros investigados que deixaram o país para “potencializar reações ofensivas contra o legítimo trabalho das autoridades brasileiras responsáveis pelas investigações e ações penais que seguem em curso regular”.
Declarações públicas e apoio político
No dia 30 de julho, Tagliaferro afirmou em suas redes sociais que revelaria “os bastidores do gabinete” de Moraes. Em uma publicação, declarou ter “bastante coisa” contra o ministro, a quem acusa de ter “destruído sua vida e de várias pessoas”.
O ex-assessor tem recebido apoio de grupos bolsonaristas e se coloca como vítima de perseguição política. Em abril deste ano, ele foi indiciado pela Polícia Federal por violação de sigilo funcional, em razão da divulgação de conversas de Moraes com servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Caminhos paralelos
Enquanto enfrenta denúncias e pedidos de extradição no Brasil, Tagliaferro busca respaldo internacional, apostando em sua denúncia ao Parlamento Europeu contra Moraes. Já as autoridades brasileiras reforçam que sua conduta revela alinhamento com uma organização criminosa e tentativa de enfraquecer instituições democráticas.
